Bruno Cândido

Bruno Cândido - ph. DR

 

Fotografia: Arquivo/Bruno Cândido

 

Bruno Cândido

 

Como a maioria da minha idade, nasci em Torres Vedras. Com casa no Seixal (a 2 km da Ericeira) e quase toda a família na Ericeira, passei toda a minha infância entre as duas localidades. Ainda cheguei a morar, em muito pequenino, perto do Bairro Azul, onde o meu avô paterno tinha uma casa. Só mais tarde, depois de ter regressado a Portugal, morei na Ericeira a tempo inteiro.

 

Já vivi e trabalhei em Espanha e Gibraltar, entre 1999 e princípios de 2000. Depois voltei a sair de Portugal em Abril de 2000 rumo à Holanda para trabalhar em transformação de alimentos, nome pomposo para descascar cebolas (risos). Fiz de tudo um pouco, desde assentar solo para estufas, apanhar e cuidar de plantas, trabalho com crescimento e cultivo de árvores para decoração, distribuição e montagem de equipamento de escritório, sempre a percorrer o país no intuito de conhecer a trabalhar. Conheci ainda parte da Bélgica, Luxemburgo e França.

 

Actualmente moro na Noruega, no município de Asker, a cerca de 20 km de Oslo. Trabalho com mudanças de pequena e grande escala, montagem de mobiliário de escritório, limpezas industriais, privadas e empresariais. Vivo em união de facto com uma portuguesa também amante da nossa terra.

 

Aqui gosto da natureza: os animais, as florestas e as montanhas. Em menos de três semanas, na Primavera toda a vegetação renasce e explode nos verdes mais intensos; no Outono as folhas das árvores assumem diversas tonalidades laranja, violeta, amarelo e vermelho. Ainda vivo perto do mar, com a montanha praticamente ao lado, e tenho uma vista muito boa da minha varanda. Não gosto é da falta de luz solar no Inverno, nem do frio.

 

Não regresso à Ericeira tanto quanto gostaria. Estive de visita no Verão de 2012, e confesso que a saudade aperta… Mas vou aí passar este Natal. Quando estou na Ericeira gosto de estar com a família, com os amigos, conversar com as pessoas que há tantos anos conheço, rever e revisitar sítios e lugares; enfim, reviver momentos, sensações e sentimentos, as cores, os odores (tao típicos da nossa Ericeira) e os momentos. As experiências antes vividas quase que voltam a ser reais. Tenho saudades de tudo, mas sobretudo do mar e da comida, mas devido às condições em que Portugal se encontra não há data marcada, infelizmente, para o regresso definitivo.

 

Pinto em acrílico, e também faço alguma escultura. Os meus trabalhos são como uma espécie de disseminação do ser humano (nas suas vertentes animais e na sua evolução), mas incidem sobretudo nas origens e ‘confecção’ do invólucro espiritual a que chamamos corpo. Visa também o psicadelismo como portal para outros mundos ou dimensões, a projecção interdimensional, Deus como um todo e as diversas personalidades que cada um de nos pode assumir, incidindo sobre a faceta mais predominante da mescla de DNA que somos e quais se destacam, em características físicas e psicológicas. Tenho tido algum feedback bastante positivo, pois além das peças desenvolvo o assunto, que é bastante curioso, com várias pessoas, online e não só, o que é deveras gratificante.

 

A minha mensagem para os primos da Ericeira é simples: não julguem, não critiquem e, sobretudo, respeitem, independentemente de possíveis diferenças. As coisas boas da vida vêm a maior parte das vezes de onde menos se espera. Oiçam o coração, mas nunca ignorem a mente. Sejam solidários, especialmente nestes momentos conturbados que toda a Humanidade está a passar, mas sobretudo sejam felizes.

Bruno Cândido. - ph. Bruno Cândido

Uma caminhada norueguesa, “pela fresquinha”.

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