Fotografia: Arquivo/César Ferreira
César Ferreira aka “Césinha”
Nasci na Ericeira. Tanto a minha família materna como a paterna já vive na Ericeira pelo menos há duas gerações. Sou Jagoz de corpo e alma.
Saí da Ericeira, no dia 12 de Julho de 2011, por Amor. A Catarina, minha namorada na altura e hoje minha companheira, foi colocada em Angola e decidi vir com ela. E a família entretanto aumentou, com um menino chamado Xavier, que já tem 16 meses. No passado já tinha trabalhado numa empresa de cruzeiros a servir à mesa. Fiz dois contratos, um nas Caraíbas e Alaska e outro na Ásia.
Actualmente vivo e trabalho em Luanda. Trabalhei numa multinacional ligada à formação, inspecção e certificação durante dois anos, como Director de Compras e Logística. Entretanto, abracei um novo projecto , numa multinacional proveniente do Dubai ligada ao tratamento e gestão de resíduos, onde sou Director de Operações.
Gosto do clima de Angola, das oportunidades que este país me tem dado, gosto das pessoas e das frutas sempre tão saborosas. Não gosto do trânsito de Luanda. Por mais estranho que possa parecer, tenho a sorte de ter um amigo de infância aqui em Angola: o “Tó-Jó” está em Cabinda (a 40 minutos de avião de Luanda), já o visitei duas vezes e quando ele vem a Luanda fazemos questão de almoçar juntos, confraternizando e recordando a nossa adolescência jagoza.
Angola por si só já é imensa, catorze vezes maior que Portugal, e tenho aproveitado para conhecer alguns locais mágicos, como a Restinga do Lobito, as quedas de água do Binga do rio Keve, Ilha do Mussulo, Porto Amboim e as suas praias a fazer lembrar as da Ericeira, com as ribas altas, entre outros. Fora de Angola, já fui à Namíbia e à África do Sul. Adorei a Cidade do Cabo, uma cidade magnífica bem na pontinha de África e, claro, visitei o Cabo da Boa Esperança, esse local mítico para nós portugueses.
Regresso regularmente à Ericeira. Da última vez fui aí passar o Natal e a passagem de ano com a família. Tento não estar mais de quatro meses sem ir aí, e até hoje as minhas obrigações profissionais têm permitido que tal aconteça. Sempre que regresso gosto de abraçar a minha mãe, sobrinhos e restante família, de reecontrar amigos, a comida, as paisagens, de jogar uma cartada na Fonte do Cabo, dos bolos da Gama… Quando não estou aí é da maresia inigualável e exclusiva da Ericeira que tenho mais saudades.
Tenho planos para regressar à Ericeira, mas sem data marcada. Neste momento Portugal não é um país que cuide dos seus filhos de forma justa e correcta.
Mensagem para os primos da Ericeira: desfrutem dessa terra linda e maravilhosa, mas acima de tudo sejam livres e felizes.
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