Texto: Paulo Freitas do Amaral | Fotografia: DR
António Costa sabe que em política tem de agir rapidamente para obter resultados num curto espaço de tempo, de forma a cativar eleitorado e manter o poder. António Costa sabe também que a política se faz simultaneamente em dois tabuleiros: no tabuleiro em que o político joga com o eleitorado, principalmente através dos media, e no tabuleiro em que o político joga ora com os outros partidos, ora negociando com o seu próprio partido.
O problema de António Costa é que ao andar na política desde os 14 anos e ao ocupar o poder há quase 20 anos, seja como governante ou como autarca, viciou-se na resolução dos problemas urgentes para o país e deixa sempre para dia de S. Nunca à Tarde os que são realmente importantes e estruturais para o país.
o malefício do vício de Costa
Este vício está-lhe no sangue porque constatou que a cedência e a negociação dos programas do seu partido puderam dar-lhe “de bandeja” a manutenção do poder mesmo que isso prejudique o país. E é aqui que se encontra o malefício do vício de Costa.
Nem sempre o sucesso da sua carreira política ao negociar com outros partidos e ao querer manter a simpatia do eleitorado coincide com as reformas estruturais a 10 ou 20 anos que são preciso realizar no país.
Mesmo com maioria absoluta, António Costa não se liberta do vício do tabuleiro em joga a simpatia do eleitorado e teria todas as condições para o fazer, uma vez que já leva quase dois mandatos com Primeiro Ministro e outros tantos como Ministro… a não ser que pretenda continuar a querer fazer carreira política em Belém …o que deixará o povo português ainda pior…
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História