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A literatura infantil e juvenil é uma forma de arte que transcende barreiras culturais e gerações, tocando os corações de leitores jovens e adultos de todo o mundo. E agora, essa universalidade e excelência na literatura foram reconhecidas na figura de Alice Vieira que, além de transportar a Ericeira sempre no seu coração e nas suas histórias, é a primeira escritora portuguesa a ser distinguida com o Prémio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil. Este prémio atribuído recentemente à autora será entregue a 28 de Novembro no México.
A notícia foi anunciada pelo júri do prémio, atribuído pela Fundação SM, e celebrada por amantes da literatura de todo o mundo. A decisão do júri de honrar Alice Vieira foi muito bem recebida, pois a autora tem encantado gerações com a sua escrita ao longo duma carreira literária de mais de 40 anos.
a primeira portuguesa a receber este prémio
Em comunicado, o júri elogiou o “estilo pessoal que transcende gerações e culturas”, reconhecendo o profundo entendimento de Alice Vieira sobre a complexidade dos sentimentos infantis e juvenis.
A observação detalhada da vida quotidiana e a habilidade de transformar histórias locais em universais também foram destacadas como características distintivas do seu trabalho. Esta forma única de escrever é já uma marca registada do seu repertório literário, tornando-o intemporal e relevante.
Entre os muitos prémios que Alice Vieira recebeu ao longo da sua carreira, destacam-se o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil, o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da sua obra ou o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho pelo livro de poemas “Dois corpos tombando na água”.
O Prémio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil, no valor de 30 mil dólares, é uma colaboração entre a Fundação SM, a UNESCO, o IBBY, o Centro Regional de Fomento do Livro na América Latina e no Caribe e a Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, Ciência e Cultura, com o apoio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.
A relação de Alice Vieira com a Ericeira, além de ser profunda, é uma história que remonta a 1960, quando a autora começou a passar férias na vila. A conexão surgiu de uma forma um tanto curiosa, já que na época os seus tios, com quem vivia, tinham a preocupação de que ela permanecesse solteira. E como a Ericeira estava convenientemente próxima de Mafra, onde a tropa militar estava estacionada, era o local perfeito para passar as férias. Desde então, é moradora do concelho, pelo qual se apaixonou.