«Um inédito lugar que é só meu»

 

Texto: João Franco ‘Lapina’ | Arte: Rui Pinheiro

 

E há entre a terra e o velho mar
Um inédito lugar que é só meu!
E que Deus benzeu ao formar
Que é o espelhar do próprio céu

De suas casinhas branquinhas
E andorinhas a volitar no estio!
Sadio ar e ondas maneirinhas!
A vazar estrelinhas no Algodio!

E havia entre a lage e o armão
Um cachão que me dava medo
Na cova do enredo um ermitão
Entoava uma canção de fedo!

E andando de sul para o norte
Um vento forte me arrebatava!
Meu eu levava p’ra certo porte
Onde a minha sorte se achava

E entre a serra da lua e o cabo
Que nem o justo diabo domina
Há uma neblina, um mar cavo!
E este escravo teu, cara Ericina