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Marina Santos, autora da colecção “O Clube dos Exploradores”, prepara-se para apresentar amanhã à tarde, na Discoteca Ouriço, na Ericeira, a nona obra literária da série, intitulada “Os Exploradores no Concurso de Pesca”. A escritora, em conversa com a AZUL, contou como a sua juventude e amizades jagozes a influenciaram na criação do último livro e de toda a colecção. Adiantou ainda que, para o futuro, estão delineadas mais 39 histórias e que muitas delas ocorrerão noutros cenários fora do concelho de Mafra.
De que trata esta nova história do “Clube dos Exploradores”?
À semelhança das oito anteriores, trata-se de uma história de amizade e confiança, não fosse o “Clube dos Exploradores” formado por jovens muito unidos, além dos dois fiéis companheiros. Depois, quanto à parte da aventura e do mistério, trata-se de uma história passada na Praia dos Pescadores onde, supostamente, se pratica o tráfico de pérolas preciosas.
Conhecidos lugares da Ericeira constam da obra, além da Praia dos Pescadores?
Nesta história, além da Praia dos Pescadores, há passagens apenas pelo “Jogo da Bola”, pela Praia do Norte (Algodio) e por São Sebastião. Mas, nas anteriores, podemos encontrar muitas outras referências para os moradores e frequentadores, não só da Ericeira, como do concelho de Mafra e arredores.
Estas histórias são todas elas ficção ou têm, em parte, algum fundo de verdade? Talvez da sua infância…
Algumas têm um fundo de verdade e mesmo as que não giram essencialmente à volta de factos verídicos têm referências baseadas em acontecimentos reais, alguns da minha infância e muitos da minha adolescência.
Praticamente todas as personagens, em especial os oito protagonistas, são inspiradas nas pessoas com quem tive o prazer de conviver na Ericeira, ou nas pessoas com quem apenas por cá me cruzei.
Costuma adaptar traços de personagens reais da Ericeira às suas histórias?
Sempre! Qualquer dia até sou processada (risos). Praticamente todas as personagens, em especial os oito protagonistas, claro, são inspiradas nas pessoas com quem tive o prazer de conviver na Ericeira, ou nas pessoas com quem apenas por cá me cruzei. Algumas das personagens são quase um espelho das pessoas que as inspiram, outras partem de uma base que depois se consolida com as próprias histórias e os respetivos enredos.
A Marina Santos era uma exploradora em jovem?
Não muito, embora tivesse gostado de ser mais, pois era entusiasta deste tipo de aventuras e imaginava como seria viver as experiências que os livros me transmitiam. Quando tinha a idade dos Exploradores, acho que o máximo que me aventurava era ir até ao porto de pesca para ver o nome dos barcos.
O que a levou a criar uma colecção de livros juvenis?
Justamente o gosto por este género de leitura e o facto de ter muitas histórias para contar, sobre as inúmeras situações vividas com o meu grupo de amigos. Além disso, quando idealizei a primeira história, “O Clube dos Exploradores”, que depois deu o nome à colecção, pensei que personagens iria criar e que locais iria explorar. Pensei logo nos meus amigos de férias e de fins-de-semana e no local onde nos costumávamos encontrar: a Ericeira. Os livros são também uma homenagem que presto a todas estas pessoas que foram e são importantes na minha vida e à terra de que tanto gosto.
A Ericeira tem muito para os jovens explorarem e descobrirem?
Imenso! A colecção já vai no nono volume e tirando esta nova história, que volta a centrar a acção na praia dos Pescadores, todas as outras falam de praias e de locais diferentes. Posso ainda acrescentar que tenho mais trinta e nove histórias programadas e, embora nem todas estejam idealizadas para decorrer na Ericeira, muitas irão explorar mais uns quantos lugares desta terra e deste concelho fantásticos.
Quando tinha a idade dos Exploradores, acho que o máximo que me aventurava era ir até ao porto de pesca para ver o nome dos barcos.
Os livros passam-se todos apenas na Ericeira? Porquê?
Como mencionei antes, muitas das histórias já projetadas irão ter lugar não só em vários pontos do nosso país, como também no estrangeiro. Nestas primeiras nove aventuras, mesmo com algumas passagens por outras localidades, são essencialmente passadas na Ericeira. Além da referida homenagem, o motivo é muito simples: o “Clube dos Exploradores” é formado por oito jovens que, inicialmente, têm entre 11 e 14 anos. Ora, com estas idades a área de acção das personagens tem, por norma, de ser mais limitada. Porém, as personagens vão crescendo e, por essa razão, as histórias seguintes já as apresentam com outras características, protagonizando aventuras mais arriscadas e noutros locais.
Já tem mais alguma história em mente para o próximo volume?
A próxima história já está em produção. O título será “Os Exploradores sob Suspeita” e este novo livro já dá a conhecer o tema. Conforme disse, os Exploradores já estão mais crescidos e a décima história será a primeira aventura passada fora do concelho de Mafra – a acção decorrerá entre a Portela e Lisboa, entre o Oceanário e o Jardim Zoológico, e incidirá, sobretudo, na questão das redes sociais.