Fotografia: Shutterstock
O estudo sobre o impacto económico da pandemia do Coronavírus (Covid-19) no concelho de Mafra de que falámos na semana passada já foi terminado.
Entre as diversas conclusões ressalta uma que, embora fosse perceptível a “olho nu”, vem agora ser confirmada de forma mais rigorosa: assiste-se na área turística a uma paragem quase a 100% da respectiva actividade. Alojamentos, restauração (embora alguns restaurantes tenham optado pelos serviços de entregas ao domicílio ou de take away), empresas de animação turística e escolas de surf encontram-se completamente paradas.
Aquele que é um dos grandes motores económicos do concelho, especialmente nas freguesias mais litorais (como a Ericeira, Carvoeira e Santo Isidoro) vive assim uma situação difícil – à imagem dos restantes sectores económico e população – e particularmente delicada pelo peso que representa neste tecido social.
inquérito foi realizado antes de serem conhecidas as medidas de apoio da Câmara de Mafra
E no comércio dá-se a mesma situação, com a grande maioria das empresas fechadas, à excepção daquelas que vendem bens essenciais (como as farmácias, por exemplo) e alimentares.
Embora o inquérito (tratando-se de um inquérito – e não duma sondagem -, os respectivos resultados não poderão ser extrapolados para um universo maior do que as pessoas que responderam) realizado pela 2 ii – Informática & Informação Lda. tenha sido realizado antes de serem conhecidas as medidas de apoio que a Câmara Municipal de Mafra decidiu implementar, esta empresa de consultores de Marketing e Estudos de Mercado destaca que grande parte dessas medidas se encontram dentro daquilo que foi pedido pelos residentes do concelho, empresas e população.
As restantes conclusões deste estudo são as seguintes:
- A situação económica actual é grave, embora ainda esteja mais ou menos controlada, no entanto e com o eventual estender do período de Estado de Emergência e com o fecho de empresas exista uma alta probabilidade de haver uma degradação da situação económica de muitas famıílias do concelho de Mafra.
- Neste momento, 7% dos residentes de Mafra que responderam ao inquérito foi dispensado pelas empresas onde trabalhavam; os dados mais relevantes têm a ver com os salários, sendo que aproximadamente 17% das famílias residentes no concelho inquiridas tiveram uma redução salarial, enquanto 15.9% dos inquiridos deixaram de receber qualquer remuneração.
- As medidas restritivas da circulação estão a ser aplicadas mas existe ainda uma parte significativa da população activa do concelho de Mafra que continua a deslocar-se para o trabalho fora de casa (24% dos inquiridos).
- Relativamente ao tecido empresarial do concelho, verifica-se uma paragem de empresas de quase todos os sectores de actividade na ordem dos 61% dos inquiridos, sendo que as restantes se dividem entre o trabalho presencial (20%) e o trabalho à distância (18.4%)
- Na educação, todos os estabelecimentos de ensino se encontram fechados, sejam públicos ou privados.
- Para fazer face à crise económica, uma parte das empresas será obrigada a recorrer a algumas das medidas decretadas pelo Governo, como o Lay-Off ou o recurso a Linhas de Crédito. Pode ser preocupante o número de empresas (cerca de 10% dos inquiridos) que pensam fechar portas definitivamente se esta crise se prolongar.
- A maioria das empresas que responderam ao inquérito só consegue sobreviver através do recurso a fundos próprios entre 2 a 3 meses (63.5%).
- A almofada económica das famílias inquiridas é de 6 meses ou mais para 43% das mesmas, mas há uma percentagem elevada de 30.5% que apenas consegue manter-se dois a 3 meses e, ainda, uma preocupante fatia de 19.5% que não tem qualquer almofada financeira.
- 95% dos inquiridos concordam com o estabelecimento do Estado de Emergência.
- 94% dos inquiridos dizem-se bem informados sobre a Pandemia de COVID-19.
- Em termos de confiança na actuação das Entidades Públicas, existe uma grande confiança no modo como têm agido durante esta crise: A Câmara Municipal de Mafra recolhe a aprovação da 69.5% dos residentes inquiridos, com apenas 7.3% de respostas negativas. Seguem-se as Forças de Autoridade, com 61.4% de respostas positivas contra 5.3% de análise negativa. O Governo é avaliado positivamente por 52.4% dos residentes inquiridos no concelho de Mafra, tendo uma avaliação negativa para 15.5% dos que responderam ao inquérito. A Direcção Geral de Saúde é avaliada positivamente por 50.9% e negativamente por 19% dos residentes no concelho de Mafra inquiridos; Finalmente, o Presidente da República é avaliado positivamente apenas por 48.8% dos inquiridos e negativamente por 17.2%.
- A Comunicação Social tem uma aprovação positiva em 50.3% das respostas e negativa para 13.3% dos inquiridos.