“Houve dias em que fui ter com os pescadores mais para o convívio do que para trabalhar”

 

Texto: Hugo Rocha Pereira | Fotografia: Márcio Barreira

 

Para fechar o ciclo da reportagem fotográfica inspirada pelos pescadores e a pesca artesanal na Ericeira, conversámos com Márcio Barreira. O autor deste trabalho, cuja fotogaleria pode ser vista aqui, fala sobre a relação desenvolvida com os pescadores e a paixão pela fotografia, afirmando ainda que embarcar com os pescadores para registar um dia de faina no mar – o que não aconteceu já devido às obras no porto – “é algo que vai ter de acontecer”. O trabalho fotográfico de Márcio Barreira pode ser acompanhado através das plataformas Behance, Instagram e Facebook.

 

Como surgiu a ideia de realizares este trabalho junto dos pescadores da Ericeira?

Esta ideia surgiu naturalmente. Na altura estava a precisar de ter algo onde me pudesse focar e visto que a pesca artesanal é uma actividade interessante, mas que passa ao lado de muita gente, decidi trabalhar no assunto.

 

Qual foi o objectivo da reportagem? 

Os objectivos principais desta reportagem foram a minha própria satisfação pessoal e mostrar como é o dia-a-dia dos homens do mar, desde a manutenção das ferramentas de trabalho até à venda do peixe que apanham.

 

Como foste recebido pelos pescadores?

Fui bem recebido por todos, nunca tive problema algum. Foi sempre muito agradável, fui sempre bem tratado por todos. Até houve dias em que fui ter com eles mais para o convívio do que para trabalhar na reportagem.

Pescadores - ph. Márcio Barreira

Acabaste por acompanhar também os pescadores até à lota de Peniche, onde o peixe é vendido. Pretendeste com isto mostrar algo que não é visível a toda a gente?

Sim, até porque são poucos os que têm noção da quantidade e variedade de peixe que ali chega diariamente.

 

Pensas vir um dia a acompanhar também os pescadores na faina propriamente dita, embarcando com eles?

Sim, isso é algo que vai ter de acontecer, ainda só não aconteceu por azar. Depois de ir à lota de Peniche combinámos a ida ao mar na manhã seguinte. Eram 5 horas da manhã e eu já estava no porto cheio de vontade de embarcar, mas devido às obras que têm decorrido no porto de pesca tal não foi possível.

 

Quando começaste a fotografar?

O meu início na fotografia deu-se em 2012 através de uma mera brincadeira que, com o tempo, se tornou em algo bastante mais sério.

 

Quais são os teus planos para depois de concluíres o curso de fotografia?

Iniciei este curso em 2014 na Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra. Estou já a frequentar o último ano e depois de terminar o curso espero conseguir trabalhar dentro do mercado do fotojornalismo. Sei que é uma tarefa complicada, mas também sei que não é impossível.

 

Tens andado fascinado com a máquina compacta da Fujifilm. Fizeste algumas fotos desta série relativa à pesca com essa máquina? Que vantagens encontras nesta máquina fotográfica?

Sim, é verdade, fiz muitas fotografias com a Fujifilm, especialmente a preto e branco. É uma câmara fácil de transportar (cabe no bolso de um casaco, por exemplo), super silenciosa e boa para se levar para qualquer lado.

Barco de Pesca - ph. Márcio Barreira