Francisco Esteves apresenta livro sobre a Pesca do Bacalhau

 

Fotografia: DR

 

Amanhã à tarde a Ericeira vai receber o lançamento dum livro intitulado “Pesca do Bacalhau 1836-1856 (Companhia de Pescarias Lisbonense e Ericeira)”.

A obra, com autoria de Francisco Esteves, será apresentada a partir das 16 horas do dia 16 de Novembro na varanda marítima do restaurante Sul, situado no interior do Parque de Santa Marta.

De acordo com Francisco Esteves, este livro marca o momento do “regresso de Portugal à Pesca do Bacalhau”.

houve rascas da Ericeira à pesca do bacalhau na Terra Nova

O investigador, que neste momento prepara o segundo volume dedicado à História da Pesca na Ericeira, entre 1831 e 1900 – o tomo inicial cobriu o período de 1800 a 1830 – abriu um pouco o véu sobre este livro à AZUL.

Em conversa telefónica, o investigador referiu ter encontrado pessoas da Ericeira (entre comandantes e pescadores) na Companhia de Pescarias Lisbonense, formada por um conjunto de indivíduos que decide o regresso de Portugal ao Mar para a actividade piscatória – baleia; atum; bacalhau; sardinha…

Durante o seu trabalho de pesquisa, Francisco Esteves descobriu que houve rascas (barcos típicos da Ericeira) à pesca do bacalhau na Terra Nova, Canadá, que partiram da vila dos ouriços.

“Pesca do Bacalhau 1836-1856” cobre, como o título indica, um período de 20 anos, contendo o relato de todas as viagens realizadas pela Companhia de Pescarias Lisbonense durante essas duas décadas.

Relativamente à participação jagoza nesta empreitada marítima, no livro encontra-se a descrição das três viagens realizadas por outras tantas Companhias da Ericeira nos anos de 1837 e de 1842.

Se em 1837 foi consumada uma única viagem, pela embarcação 8 de Junho, pertencente a Francisco José da Silva Ericeira, que deu o nome à Rua do Ericeira, para 1842 existem duas entradas: uma foi realizada pela rasca Higina, da Sociedade Joaquim Ferreira Patacas e Filipe de Barros Quaresma; e outra a bordo da rasca Conceição Porto Seguro, pertencente à Companhia Primo da Costa e João de Freitas Reis.

Na Ericeira vive ainda um homem que pertenceu à antiga “Indústria Branca”, um dos que “andaram ao bacalhau”, embora num período posterior ao retratado neste livro. Recorde aqui a história de “Xico Porras”.