Fotografia: Nuno Vicente
Estão quase a chegar as celebrações em honra de São Sebastião e São Vicente, popularmente apelidas de Festa dos Bêbados.
Nos dias 20 e 22 de Janeiro – Segunda e Quarta-feira, respectivamente – decorrem aquelas que serão porventura as comemorações mais genuínas da Ericeira, realizadas ao ar livre em pleno Inverno, faça Sol (o que é raro) ou faça chuva, frio e ventania.
para fazer frente ao frio de Janeiro, atrás dum copo de tinto costuma vir outro
Estas festas, que juntam o sagrado e o profano – entre a Ermida de São Sebastião e o palco musical fica instalada a indispensável barrica de vinho –, são para os rijos e resistentes, unindo gerações mais antigas à juventude numa ocasião que conserva uma forte identidade.
Os mordomos, que contribuem para a organização da festa, têm direito a um santinho, uma bolacha e um copo de vinho. Durante o arraial que encerra os festejos, para fazer frente ao frio típico de Janeiro, atrás dum copo de tinto costuma vir outro… e mais outro(s).
Na Segunda-feira, dia 20 as festividades em honra de S. Sebastião arrancam às 19 horas com uma missa votiva na igreja de São Pedro, seguida de sopa quente.
Já a Quarta-feira, dia 22, começa com uma procissão às 14:30 entre a igreja paroquial e São Sebastião, onde às 15:30 haverá missa comemorativa de S. Vicente (Padroeiro da Diocese de Lisboa) na Capela, que há dois anos foi classificada como monumento de interesse público.
Depois da celebração da missa, as gentes da Ericeira e demais visitantes juntam-se no largo da Igreja para a partir das 16:30 dançar no arraial ao som do conjunto Lua Nova, comer bolos regionais e beber um copo de vinho tinto proveniente de pipas oferecidas para o evento… a hora da festa terminar será ditada pela resistência aos elementos físicos e naturais.
As festas em honra de S. Sebastião chegaram a ser as maiores da Ericeira e arredores. Eram realizadas na igreja paroquial de S. Pedro, sendo depois a imagem do mártir reconduzida em procissão, realizada sempre em passo de corrida, para a sua capela no dia de S. Vicente.
As raízes religiosas e as costelas pagãs convivem em harmonia no largo de S. Sebastião, num ritual que faz parte do ADN ericeirense e se renova – entre a devoção e o bailarico, a hóstia e as bolachas, o sangue de Cristo e o vinho tinto – com muitos rostos conhecidos da “Velha Guarda” jagoza entre outros mais jovens.
Saiba mais sobre estas celebrações aqui e aqui. Neste link encontra a fotogaleria do ano passado.