Texto: Henrique Claudino | Fotografia: Vasco Dias
Sempre soube, mas não agora
Sempre caí nos teus braços, mas hoje tenho o lábio ferido
Sempre me banhei no lago cristalino
Se o sol cair a culpa não é minha, mas vou fazer com que seja
Se o sol cair, mais nada importa
Nada importa desde hoje
Desde que o tempo se perca nesse ponto meão do teu pescoço e desça
Como rio
Atravesse as tuas mãos desbotadas e se desbotoe nessa chuva de orvalho.
Desde que o tempo pare, eu sobrevivo
Selvagem Selvagem Selvagem.
Mas hoje,
Enquanto o ruído derruba as paredes da minha casa,
Sinto-me Kafka.
E derreto-me dentro da gaivota que desliza o corpo sereno na onda dos teus olhos.
Serei sempre assim.
Sempre soube, Sempre soube