Fotografia: Veja
O Ministério Público brasileiro abriu um inquérito para investigar a morte de um português, que vivia na Ericeira, na passada sexta-feira enquanto trabalhava nas obras da Arena Amazónia, em Manaus, um dos 12 estádios que acolherão o Campeonato do Mundo de Futebol deste ano.
António José Pita Martins, de 55 anos, trabalhador da empresa industrial portuguesa Martifer, estava no Brasil há sete meses e não resistiu aos ferimentos provocados por uma peça metálica que se soltou de uma grua, atingindo-o mortalmente.
Em declarações ao diário Público, Miguel Capobiango, coordenador da unidade gestora do Projecto Copa, em Manaus, defendeu que “a conduta da empresa não foi correcta”, depois de se ter verificado que o local do acidente tinha sido modificado antes da chegada das autoridades.
Jorsinei Dourado do Nascimento, Procurador-Geral do Trabalho, adiantou ao jornal “A Crítica” que a empresa procurou ocultar o local do acidente para evitar responsabilidades. “Verificámos que a cena onde ocorreu o acidente estava a ser alterada pela empresa, que a escada onde o trabalhador se encontrava foi retirada do local e que foi atirada areia sobre os vestígios de sangue no chão”.
Esta é já a quarta morte a lamentar na construção do estádio de Manaus, num total de oito vítimas mortais relacionadas com obras do mundial 2014.
Ainda não há informações sobre o transporte do corpo de António Pita Martins para Portugal, mas a Martifer adiantou que “neste momento presta toda a assistência à família” a quem, tanto o governo brasileiro como a FIFA, já enviaram condolências.