Memórias do Surf Jagoz: Alex Oliveira

 

Fotografia: Nixa Ruivo

 

Impressão Digital

Alexandre Tavares de Oliveira aka ‘Alex’

Nascido em Lisboa a 13 de Setembro de 1960

Professor de Educação Física

Quando é que começaste a surfar?

Em 1979 e andava por São Pedro do Estoril, Carcavelos, Guincho…

 

Quantas pessoas surfavam pela Ericeira quando começaste a apanhar ondas aqui?

Na Ericeira comecei em 1980, e quando havia 15 surfistas na água já se “rosnava” bastante.

os tempos iniciais de surf são dourados para todos

Em que picos ou praias costumavam surfar mais?

Preferia Coxos e Pedra Branca, às vezes o Reef para as nódoas negras [risos]. Também ia a Peniche, aos Super Tubos e ao Molhe Leste.

 

Que memórias guardas desses tempos dourados?

São tantas que já as troco todas [risos]. Surfei essas ondas sozinho muitas vezes… O miradouro era de terra e não havia vedação, a estrada de Ribamar para os Coxos era de terra e no Inverno abriam-se rachas e crateras. No mar havia montes de ouriços e todos tínhamos agulhas, no carro ou em casa, para os tirar dos pés. Dentro de água muitas vezes dizíamos “vai tu, vai tu..”, tal era a abundância de ondas [risos]. Mas acho que os tempos iniciais de surf são dourados para todos e hoje em dia também o são.

 

Como é que trouxeste a Billabong para Portugal?

Tinha estado em França e duas vezes na África do Sul, onde vi a força das marcas de surf. E foi aí que decidi importar marcas como a Billabong e outras.

Alguma vez te arrependeste de ter largado a representação dessa marca?

Para usar uma palavra da moda, eu não tinha “resiliência” para um desafio como ter uma firma, ainda por cima em Portugal.

 

Quais foram as maiores mudanças desde que começaste a surfar?

Muitos prédios e poucas árvores. Crowd dentro e fora de água. Parecem milhões. Éramos uma tribo e agora devem ser várias. Há muita gente porque deslizar numa onda é magia e a desbunda total!

 

Continuas a surfar? Com que regularidade?

Não continuo a surfar, pode ser que um dia volte…

deslizar numa onda é magia e a desbunda total

A essência do surf na Ericeira também mudou?

Há uma coisa que nunca muda, que é o prazer de surfar e de estar num grupo de amigos a partilhar a natureza. Isso todos eles sentem. Já cheguei a contar 150 do miradouro, mas cada um desses surfistas está delirante com estas emoções. Até os “bifes” das escolas vêm todos contentes e a sorrir quando saem da água com o wax virado para o fato [risos].

 

O que mudou após a consagração da Reserva Mundial de Surf, em 2011?

Não estou muito dentro do assunto, mas pelo que oiço estão a proteger as ondas e as praias, o que parece ser bom.