Ilustração e texto: Sónia Nunes
Neste tempo estranho, de isolamento
em que as inseguranças e os medos nos invadem,
é um privilégio estar perto deste Mar.
Nas horas complicadas da Vida sempre procuramos os
nossos pilares, referências, aqueles que sempre estarão lá,
aconteça o que acontecer.
E este Mar extenso é por estas bandas
a manifestação desse pilar maior.
Ele está lá. Agora.
Estará lá. Depois.
Diz-nos que isto vai passar…
Murmura… constante.
Imperturbável.
Fala connosco.
Como elemento da Natureza, ele sabe.
Sabe que temos medo, que precisamos de esperança.
E dá-nos essa esperança líquida.
Que invade.
Que energiza.
É maravilhoso poder olhar o Mar…
Sempre é.
Mas nestes dias mais ainda…
Permite que nos desconectemos,
por segundos que seja, da realidade.
E nesses segundos de liberdade da alma
fluímos com ele…
Mergulhamos. Navegamos. Flutuamos.
Por paragens distantes.
Não há mais nada.
É nestes momentos que nos sabemos
abraçados pela Mãe Natureza.
Que nos ampara.
E cura.
Se a Ericeira é para mim,
o Mar abraçado pelas pessoas.
Nestes dias é certo que é ele…
o Mar da Ericeira que nos abraça.