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Concertos quase sempre esgotados, 600 espectadores por evento e um total de mais de 25 mil pessoas que já assistiram aos concertos dos seis órgão da Basílica do Palácio Nacional de Mafra. São estes os números que caracterizam o Ciclo de Concertos a Seis Órgãos, que se realiza no primeiro Domingo de cada mês, desde Fevereiro e até Dezembro, e que foram divulgados na sexta-feira pelo director do Palácio Nacional de Mafra.
“Há um grande fluxo de visitantes aos concertos e há uma procura internacional por intermédio das embaixadas”, disse Mário Pereira, salientando que os visitantes estrangeiros provêm, sobretudo, de país da América Latina, Espanha, França e Alemanha.
Os seis órgãos têm um total de 12 mil tubos e foram concebidos para serem tocados ao mesmo tempo. O nome de cada um dos órgãos está associado à capela onde se encontram instalados: Evangelho, Epístola, São Pedro d’Alcântara, Sacramento, Conceição e Santa Bárbara.
Os órgãos foram intervencionados durante 11 anos, sob supervisão do mestre Dinarte Machado, e voltaram a tocar em conjunto há três anos.
O músico João Vaz, que também acompanhou o restauro dos órgãos e integra a equipa de investigação que estuda o espólio musical existente na biblioteca do palácio, tem transcrito as partituras para a actual linguagem musical para voltarem a ser tocadas. À Lusa adiantou que, no total, existem entre 10 a 20 composições escritas para os seis órgãos.
“Os órgãos participavam apenas na liturgia e os seis órgãos, que ficaram construídos em 1807, tocavam apenas em conjunto nas cerimónias mais importantes. Por outro lado, a partir de 1813, alguns foram desmontados e passaram a ser escritas composições para alguns órgãos.”
Os órgãos foram construídos em 1807 pelos organeiros António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes, a pedido de D. João VI, sucessor de D. João V, o qual mandara construir o Palácio Nacional de Mafra.