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É ou não possível os nossos jovens terem consciência das suas decisões para o futuro? Sem dúvida que sim.
A juventude é uma viagem de procura do eu, de construção de personalidade, de desafios, mas acima de tudo de afirmações. Existem e irão sempre existir inquietações parentais e por parte dos agentes educativos quanto a esta fase do nosso desenvolvimento humano, ou não estivesse a rebeldia sempre inerente aos jovens.
Há uma linha muito ténue que divide a compreensão do adulto face à determinação dum jovem, e essa linha passa especificamente por nos esquecermos por vezes que a célebre frase que usamos “no meu tempo…” deveria ser substituída por um pensamento que acaba por não nos distanciar dos jovens, que é “o meu tempo é agora…!”
Viver na Ericeira proporciona aos nossos jovens um estilo de vida saudável
E por ser agora o nosso tempo, o tempo de todos, existe uma profunda necessidade de se tomar consciência do civismo, dando aos nossos jovens ferramentas para desenvolverem essa mesma consciência e, acima de tudo, o seu espírito critico.
No entanto, existem inquietações especificas, nas quais devemos reflectir.
Viver na Ericeira proporciona aos nossos jovens um estilo de vida saudável, tranquilo e com extremo potencial para actividades ao ar livre e desporto.
Termos já um número considerável de jovens praticantes de variadas modalidades é o ponto fulcral desta especifica abordagem que passa pelos jovens em idade escolar na nossa vila, e no nosso país, poderem equilibrar o interesse escolar, com a prática desportiva, numa dimensão competitiva, mantendo o seu rendimento escolar positivo, assim como o interesse pelo mesmo.
A inquietação que aqui se aborda especificamente é: quando um jovem, em idade escolar, escolhe um desporto, pretendendo profissionalizar-se, tem alguma resposta por parte da escola para que esta se ajuste às suas necessidades enquanto desportista?
estará o desporto escolar nos agrupamentos ajustado às necessidades dos nossos jovens?
Um jovem, uma oportunidade de carreira, uma paixão pelo seu desporto, e as questões são muitas: entre elas, quais os ajustes que a escola como instituição social poderá desempenhar perante o jovem atleta para que este não se desinteresse da sua aprendizagem escolar e, acima de tudo, possa investir na sua carreira futura?
A escolaridade é necessária à maturação intelectual dos jovens e seria importante adoptar uma dinâmica que combata alguma taxa de desinteresse escolar que os nossos jovens atletas estão a ter. Uma das respostas dadas pelas escolas é o desporto escolar, mas estará o desporto escolar nos agrupamentos ajustado às necessidades dos nossos jovens?
Existem países que neste aspecto dão um exemplo, com a existência de bolsas de estudo especificas para os alunos desportistas que pretendam profissionalizar-se num desporto específico, assim como actividades de acordo com esse mesmo desporto durante o seu percurso. Falta reflectirmos nesta possibilidade de ajustar a nossa escola aos interesses vocacionais dos nossos alunos! Quer seja na área de desporto (que aqui está a ser abordada mais especificamente), quer noutras áreas, tornando-a mais dinâmica e mais apelativa, combatendo um aumento de desinteresse escolar e promovendo o futuro dos jovens duma forma mais segura e objectiva.
Tendo a nossa vila uma crescente resposta ao apoio ao desporto, é importante que se pense numa dinâmica por parte dos agrupamentos escolares e por parte da educação desportiva que promova e responda em parceria não só com os nossos jovens, mas com toda a comunidade em volta deles (agentes sociais e educativos), nesta realidade outrora já presente, mas cada vez mais vincada, onde não podemos ignorar que o desinteresse escolar e, em última linha, o respectivo abandono, acontecem devido à ausência de respostas especificas e eficazes aos seus potenciais protagonistas, havendo toda uma estrutura pronta a funcionar, mas uma ausência de dinamismo e reflexão sobre o assunto que poderão trazer as respostas necessárias.