Fotografia: Nelson Jacinto
Aventure-se pelas margens do Lizandro e do Oceano Atlântico com uma proposta de caminhada que o levará a visitar paisagens inspiradoras e povoações de importância histórica, no dia 25 de Fevereiro.
Esta caminhada tem inicio no centro da Carvoeira, freguesia do concelho de Mafra vizinha da Ericeira. Uma vez percorridas algumas das artérias da povoação, os participantes rumam até ao vale do rio Lizandro, passando pela Ermida da Senhora do Ó, até chegarem ao esplêndido cenário da praia da Foz do Lizandro. Prosseguindo em direcção à Praia de S. Julião, sobe-se até ao Pobral e reencontra-se a rota que conduzirá ao ponto de partida.
Nesta rota, um local histórico que merece menção é a Carvoeira. Presume-se que o seu nome tenha aparecido devido ao facto de outrora, junto à velha ponte que se julga romana, se carregarem barcos com carvão com destino a Lisboa.
Esta terra gozava de um privilégio curioso: no local onde o rio que atravessa a freguesia desagua no mar existia um local de vigia, chamado facho, onde se acendia uma fogueira quando era avistada alguma embarcação dos mouros. Os habitantes da freguesia estavam isentos de serem soldados, mas, em contrapartida, eram obrigados a fazer sentinela ao referido facho, acendendo uma fogueira caso fosse necessário.
A Capela de Santo António, a Capela de São Julião e a Igreja de Nossa Senhora do Ó merecem também referência no que respeita ao património artístico da freguesia.
Junto à velha ponte, hoje alterada na traça, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Ó, cuja data de construção permanece incerta. O alpendre e o muro terão servido de trincheira numa batalha travada em 1585 entre um punhado de portugueses, liderados por Mateus Álvares, que ficou conhecido como o falso rei D. Sebastião, e duas companhias da infantaria espanhola.
Igreja Matriz da Carvoeira, Vale do Rio Lizandro e Ermida de Nossa Senhora do Ó são alguns dos pontos de interesse
A igreja foi-se degradando, mercê das inundações provocadas pelas cheias do rio que ciclicamente alagava todo o vale, chegando a servir de ninho a ratos que danificaram valiosos missais do século XVIII. Quando as suas paredes já abriam fendas, que punham em causa a estrutura do edifício, foi recuperada em 1983.
Passados cinco anos, foi alvo de novo assalto, perdendo quase todas as imagens, incluindo a de Nossa Senhora do Ó. O relógio de Sol, num dos cunhais, data de 1763. No alto da costa, dominando o Oceano, ergue-se a Capela de São Julião, presumivelmente do Século XVI, apesar da data de 1768 inscrita na porta principal, que deverá tratar-se da altura da sua reconstrução após o terramoto. É interiormente forrada a azulejos setecentistas com a história da vida de São Julião. O relógio de Sol é datado de 1754 e o cruzeiro de 1764.
Alguns dos pontos de interesse desta caminhada passam pela Igreja Matriz da Carvoeira, Vale do Rio Lizandro, Ermida de Nossa Senhora do Ó, Praia da Foz do Lizandro, Praia de S. Julião, Capela de S. Julião, Rio Lizandro ou zonas costeiras e paisagens naturais.
A caminhada tem como ponto de encontro, às 9:30 de Sábado, o parque de estacionamento ao lado da Junta de Freguesia da Carvoeira, localizado à beira na Estrada Nacional que liga Ericeira a Sintra, compreende uma distância de 14 quilómetros e tem um nível de dificuldade 3.
O valor de participação é de 8 euros, incluindo seguro de acidentes pessoais. Todos os interessados devem fazer a inscrição até ao dia anterior ao evento através do website da Caminhando.pt.