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O carismático Bruno Silva já militou em bandas com fortes raízes na Ericeira, tanto puxando pelos pulmões em Diana Jones and the Vietnam Whiskey Dancers como espalhando magia nos teclados de Todos Santos. Na sua mais recente aventura fora de portas, por Londres, vestiu a pele de Bruno Silver, com a qual tem andado a prestar tributo a Elliott Smith. Antes de participar num concerto internacional de homenagem ao malogrado músico norte-americano, Bruno Silver vai tocar ao bar Copo e Meio, em Mafra, hoje à noite. Conversámos com Bruno sobre estas actuações e ainda ficámos a saber que em Novembro vai começar a gravar o primeiro EP de originais em nome próprio, no londrino Panic Studios.
De onde vem o teu fascínio por Elliott Smith e como começaste a fazer estes concertos de tributo?
Sou grande fã de Elliott Smith desde inícios do ano 2000, altura em que na Ericeira ouvíamos muito punk rock americano e os Bad Astronaut fizeram uma versão do “Needle in the Hay”. Na altura identifiquei-me bastante com a música e as letras dele e comecei a pesquisar mais sobre o seu trabalho. Depois disso fui trabalhar para a Suíça, e como tinha bastante tempo livre passava noites e noites a tentar sacar malhas do Elliott na guitarra, ao mesmo tempo que ia compondo músicas minhas.
Quem convidaste para te acompanhar este concerto de sexta?
Convidei o Miguel Simões, que vai tocar guitarra em “Ballad of Big Nothing” e “Independence Day”. Após o concerto, todos os meus amigos que quiserem tocar uma música de Elliott Smith ou outra cena estão convidados.
Fala-me um pouco do tributo internacional a Elliott Smith em que vais participar em Londres no dia 20 de Outubro.
Foi uma coincidência. No final do ano passado dei um concerto com a Madame So no Cafe 1001, em Brick Lane, e durante os ensaios cheguei a tocar umas músicas do Elliott com ela. Entretanto comecei a ter mais trabalho e menos disponibilidade para ir aos ensaios, que eram longe da zona da cidade onde vivo. Decidi então começar a tocar sozinho e ir compondo umas cenas. No início do ano surgiu a hipótese de tocar no Comedy Pub, em Soho, e como havia mais pessoas a tocar versões de outros músicos sugeri tocar umas músicas do Elliott. A CALM (Campaign Against Living Miserably) convidou-me para participar neste concerto de beneficência, em que também se comemoram dez anos sobre o desaparecimento do Elliott Smith [ndr: o músico faleceu a 21 de Outubro de 2003], e este vai ser o meu último concerto de tributo a Elliott Smith.