Texto e fotografia: Eefje Ludwig
Esta rubrica (inspirada no projecto Thalassophiles, originalmente criado e publicado por Eefje Ludwig no seu site) apresenta pessoas – todas residentes da Ericeira – que se identificam com o termo talassófilo e que experimentam a ‘mente azul”. Um talassófilo é alguém que ama o oceano. Quer dependamos dele para a felicidade, relaxamento, sustento ou para nos sentirmos em casa, algumas pessoas simplesmente precisam de estar próximas do mar.
Toda a vida no planeta Terra começou no oceano
Não é de admirar que o oceano tenha algo que nos atrai e fascina. É a substância mais omnipresente na Terra e, juntamente com o ar, o principal ingrediente para sustentar a vida como a conhecemos. Toda a vida no planeta Terra começou no oceano, e o oceano continua a fazer parte de toda a vida. As proporções dos elementos potássio, sódio e cálcio no nosso sangue (também salgado) são semelhantes às da água do mar. Os oceanos correm pelas nossas veias. Wallace J. Nichols, um biólogo marinho, introduziu o termo “mente azul”, pelo qual se refere à imensurável sensação de paz que os humanos sentem ao redor da água. Ele acredita que todos temos uma mente azul, um estado levemente meditativo, caracterizado por calma, tranquilidade, unidade e um sentimento geral de felicidade e satisfação com a vida no momento. Esta série de retratos Thalassophiles faz parte de algo maior, o projecto ‘Blue Mind’, uma investigação visual em andamento sobre a influência do oceano no bem-estar dos seres humanos.
João Miguel Fidalgo Cardoso
‘A vida hoje em dia acontece tão rápido que sentes vontade de desacelerar, de te conectares ao que são as raízes de tudo, a natureza. O oceano mostra-me que se és genuíno, fiel a ti mesmo, se conheceres o teu lugar na terra, vais encontrar grandeza na tua vida.’
Se existir uma palavra que descreva o seu relacionamento com o oceano, qual será ela?
Tranquilidade
sinto que não dou nada em troca ao oceano
O que é que o oceano te dá?
Paz interior, tranquilidade, alegria e equilíbrio.
O que é que dás ao oceano?
É uma boa pergunta, mas sinto que não dou nada em troca ao oceano. Posso dizer que “lhe” dou o meu respeito e o meu compromisso de cuidar dele enquanto eu viver.
(Todos os que são retratados nesta série fotográfica descrevem o relacionamento que têm com o oceano, o que obtêm dele e o que dão ao oceano. Chegados à última pergunta, várias pessoas entrevistadas por Eefje perceberam que pouco dão em retorno. Este projecto visa, também, abrir um debate sobre o que nós, seres humanos, fazemos pelo oceano e como tratamos a natureza.)
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