Fotografia e texto: Filipa Teles Carvalho
José Caré Júnior, um homem com alcunhas como “Ciberdúvidas”, por exemplo, conhece histórias que vão dos naufrágios à explicação do significado das riscas azuis das casas da vila, passando pelo tempo dos refugiados na Ericeira. Viu os primeiros surfistas – australianos – chegarem e explica como foi.
“O Último dos Moicanos”, como chega com um sorriso a chamar a si próprio, salta facilmente de história em história e recorda com graça, a propósito do contexto actual, a altura em que “os furiosos da bola” andavam “a cavar à luz do luar” (1940), a visão de um taberneiro da época sobre o futebol: “Aquilo é uma tourada com muitos bois lá no meio”, disse-lhe o senhor. E continuou: “Eu gosto de touradas mas só com um boi”.
José Caré é incapaz de esquecer “pinceladas” como esta, defendendo a sabedoria da simplicidade que se encontra entre as gentes.
Leia em breve na AZUL o perfil de um homem que viveu e escreveu a época dos refugiados da Segunda Guerra Mundial na Ericeira e que sente a pesca e as histórias da vila intensamente, publicando-as em diversos livros onde o mar é incapaz de não comparecer.