Texto: Hugo Rocha Pereira | Ilustrações: Melodraw
Filipe Batalha (voz e guitarra), Emanuel Carmo (ou Eman, no baixo) e, mais recentemente, Miguel Simões (guitarra) e Marco Armés (bateria) constituem os Melodraw, banda de Mafra de quem já se disse praticar “rock à antiga, onde as guitarras falam mais alto que tudo o resto, onde as letras são directas e os refrões orelhudos, tanto a relembrar o grande rock de antes como a abrir portas para o futuro.” Amanhã participam, como convidados especiais, em mais uma sessão acústica da Taberna Lebre, o que é uma boa desculpa para conversarmos sobre o momento que atravessam, com nova energia e um EP para rodar nas rádios e ao vivo. Como brinde, deixam novidades fresquinhas.
Os Melodraw já existem há uns anos. Podemos dizer que a banda ganhou uma nova pele com a entrada dos novos elementos?
Filipe Batalha: Sem dúvida. Embora tenhamos aproveitado algumas ideias antigas, com a entrada do Marco e do Miguel, Melodraw ganha uma nova personalidade.
Emanuel Carmo: Sim, claro. É sempre diferente porque cada pessoa tem a sua maneira de trabalhar, e quando entra um Marco e um Miguel nota-se uma grande diferença na interacção entre nós, pois têm uma forte presença a ensaiar, a compor e a tocar ao vivo.
O que podemos entender por rock bipolar?
Filipe: Melodraw é uma banda que tanto pode fazer melódicas e suaves canções como pode rasgar com frenéticos riffs que metem o sangue a fervilhar. Não nos limitamos em termos de composição, por isso, acho que Rock Bipolar nos cai bem.
O concerto no Offbeatz foi a estreia de Melodraw em Lisboa? Como correu?
Miguel Simões: O concerto no Offbeatz foi o primeiro concerto oficial de Melodraw desde o início desta nova formação e identidade. Já tínhamos tocado um acústico para o programa Simbiose, também em Lisboa, mas oficialmente o primeiro concerto de Melodraw foi mesmo no Offbeatz. Levámos o nosso amigo Artur Santos para teclar no seu Hammond e ficámos com um som muito poderoso. Correu bastante bem. Acho que ninguém acreditaria que era o primeiro concerto oficial da banda. Demos o nosso melhor e as pessoas gostaram e ripostaram essa energia. Foi a harmonia total!
Marco Armés: Sim, foi a estreia de Melodraw no Universo! Já tínhamos tocado em Lisboa, mas para a rádio. No meu ponto de vista, superou as expectativas. Tivemos uma boa casa e tocámos bem, com power e deixámos a impressão que queríamos deixar. Acima de tudo, uma mensagem de competência.
Vamos parir um EP duplo. Mas não me vou alongar.
Alguns elementos da banda já tinham tocado no Musicbox, nomeadamente no concerto de despedida da Feromona. Como foi regressar àquele palco?
Marco: Esse palco é provavelmente o palco onde mais vezes toquei, a par do [Santiago] Alquimista. Foi como regressar a casa. Mas a casa dos pais, com trinta anos e uma banda de rock à lá adolescente!!! (risos)
Miguel: Aquele palco vai ficar para sempre no meu coração, e por isso é sempre bom voltar a tocar lá. Tocar com Feromona e ainda dar o seu último concerto no lugar de um grande baixista foi uma honra. Voltar àquele palco com Melodraw, que é a banda onde tenho o coração, para dar um grande concerto foi um orgulho! Só tenho boas memórias daquela sala!
O mini-set que levam ao Lebre vai ser ao mesmo tempo semelhante e muito diferente do que levaram ao Musicbox…
Eman: O alinhamento é muito parecido, pois quando estamos a falar de um “mini-set” de quatro músicas o alinhamento em si não se irá alterar muito. Ser em acústico causa uma grande diferença, pois a “roupagem” que damos às músicas é totalmente diferente de quando estamos num Musicbox em formato eléctrico full power.
Lançaram “Whip” no final do ano passado. Qual tem sido o feedback? Já está na calha outro EP, ou possivelmente um disco?
Marco: O “Whip” tem sido literalmente recebido a chicote (risos). Agora a sério, temos tido uma óptima aceitação do EP. Com a questão de pecar por curto. Pedem-nos mais. Mas têm de ter calma, tudo tem a sua gestação. Abriu-nos as portas, e superou nesse aspecto. Fizemos o disco na garagem, e é na garagem que ele se sente bem. Agora está a aprender a andar e na volta ainda vai passear pelo país. Na calha está, claro, o irmão mais novo. Num formato também de EP, mas agora siamês. Vamos parir um EP duplo. Mas não me vou alongar.
Em “Whip”, entre três faixas, identifiquei dois malhões logo à primeira audição. Isso significa que num álbum com 12 faixas pelo menos 8 delas seriam potenciais singles?
Miguel: O nosso objectivo irá ser sempre em 3 músicas ter 3 singles e em 12 músicas ter 12 singles. Queremos colocar tudo no mesmo patamar ou até mesmo ir melhorando composição a composição. Exceder os nossos limites é aquilo que nos dá prazer como banda. Se em 3 músicas identificaste duas como single já não é mau. Para a próxima já conseguiremos lançar 3 músicas que serão 3 singles. Ou até mesmo em 6 músicas 6 singles!! I Hope so!
Filipe: Concordo com o Miguel. Nós queremos evoluir como banda, crescer, superar-nos. As composições são feitas a nosso gosto; e se os outros gostarem, tanto melhor! Claro que o leque de opiniões variou imenso entre todos os que nos ouviram, mas isso faz parte. Um grande abraço a todos os que nos acompanham! Teremos novidades em breve!