Morar à beira-mar: nem sempre é um mar de rosas!

 

Fotografia: DR

 

Ter uma casa à beira-mar é para muitas pessoas um sonho tornado realidade! Afinal, ter a praia a um passo de distância e contemplar o mar sempre que quiser, são alguns dos privilégios que atraem muitas famílias para a compra de uma casa junto ao mar.

Mas quem mora em zonas mais litorais, como é o caso da Ericeira, conhece muito bem os problemas provocados por essa proximidade do mar, principalmente no inverno. É excatamente nessa estação do ano que a humidade provocada pela maresia se torna particularmente “destruidora”. Ao ponto de, nem mesmo algumas casas de construção recente, conseguirem escapar aos seus malefícios.

O ar proveniente do oceano está carregado de sais que causam ou aceleram a corrosão de alguns materiais, podendo mesmo diminuir a vida útil dos electrodomésticos. São vários os relatos relacionados com danos causados pela maresia costeira em automóveis, portões de garagem, fechaduras, móveis, etc.

um bom isolamento térmico ajuda a evitar os efeitos nefastos da maresia

Apesar de ser um fenómeno natural que não pode ser evitado, existem formas de reduzir o impacto da maresia nas nossas casas e nos nossos pertences, evitando prejuízos avultados.

Um bom isolamento térmico do telhado, das paredes e do pavimento, ajuda a evitar os efeitos nefastos da maresia, e assim, proteger o seu imóvel e os seus bens dessa névoa húmida de água e sal.

O vento forte pode levar a que as telhas se soltem e partam. Nessas situações, se não actuar rapidamente, terá como consequência uma possível infiltração e uma série de problemas daí derivados, tais como manchas de humidade no tecto, podendo posteriormente avançar para uma deterioração mais grave da casa ou do edifício.

De facto, o aparecimento de manchas de humidade no tecto, é já de si, um enorme indício de uma infiltração no telhado. Como tal, é de enorme importância que inspeccione regularmente o estado das suas telhas e, caso necessite de proceder à sua substituição, escolha telhas cerâmicas de boa qualidade, que garantam uma boa impermeabilidade e estanquidade, que sejam resistentes à acção de ventos fortes, sejam duráveis e, ao mesmo tempo, consigam preservar a estética da casa ou do edifício.

Relativamente às paredes da casa, como a porosidade do betão facilita a penetração das gotículas de água com sal, estas acabam por atingir e oxidar as vigas metálicas. Para evitar esse inconveniente, recomenda-se a utilização de tintas impermeabilizantes nas paredes externas e tintas com fungicidas nas paredes internas, para impedir a formação de mofo no interior da habitação.

Mantenha as divisões da casa bem ventiladas, nem que seja por apenas algumas horas por dia. Se, por exemplo, costuma passar todo o dia fora de casa, abra as janelas assim que acorda e volte a fechar quando sair de casa. Dessa forma aproveita esse período em que está em casa para a arejar e assim evitar a formação de mofo.

Se possível, invista na compra de um ou dois desumidificadores. Ao controlarem a humidade do ar, esses equipamentos previnem a formação de bolor e todos os problemas que advêm do excesso de humidade em casa.