Martim Carrasco: «Gosto de tudo o que tenha que ver com o mar»

 

Texto: Hugo Rocha Pereira | Fotografia: Kiko Neves

 

Martim Carrasco é uma das mais jovens promessas do surf jagoz. Com apenas 15 anos, sagrou-se recentemente campeão do circuito Billabong Ericeira 2017 (o intersócios do Ericeira Surf Clube) com apenas 15 anos de idade. Além da técnica demonstrada dentro de água, Martim, que é filho e irmão de peixe (Pêpê e Francisco, respectivamente), tem carisma para dar e vender assente numa personalidade cada vez mais rara de encontrar na sua geração. Ondas e pesca, escola, objectivos e tentativas de comparações literárias são despachadas com uma prontidão muitas vezes telegráfica, que há coisas mais interessantes para fazer na rua.

 

Como é que um miúdo da tua idade se sente ao conquistar o campeonato do ESC no escalão sub-18?

Dá-me mais vontade de me atirar para outros voos.

 

Já tinhas conseguido alguns resultados relevantes em regionais e no desporto escolar, mas este é o teu principal resultado competitivo até agora, não?

Também sou campeão de Cascais em juvenis.

O Go For It de Martim Carrasco.

Quais são os teus objectivos para 2018?

Melhorar o meu surf no power, que é o meu estilo, e aprender o surf aéreo.

dediquei-me à pesca e deixei o surf durante alguns anos

Quando é que começaste a fazer surf e porquê?

Comecei aos três anos porque o meu pai e treinador e o meu irmão já surfavam. Depois dediquei-me à pesca e deixei o surf durante alguns anos e há cerca de três anos regressei.

 

Fala um pouco sobre a tua outra paixão: a pesca.

Gosto de tudo o que tenha que ver com o mar, como fazer mergulho ou andar na maré vazia nas rochas.

Martim Carrasco - ph. Célia Oliveira

Qual foi o maior peixe que já apanhaste?

Um safio com 10 kg.

 

Não gostas muito de passar tempo em casa a jogar computador, pois não? Alguma vez te sentiste uma “ave rara” por causa disso, em comparação com os teus colegas?

Tenho sorte porque aqui na Ericeira existem mais miúdos da minha geração a fazer actividades outdoor.

já chumbei e por isso é que tive de largar o surf

Conheces as histórias do Tom Sawyer e do Huckleberry Finn?

Não conheço.

 

E como é que vai a escola?

Este ano vai bem mas já chumbei e por isso é que tive de largar o surf.

Martim Carrasco na Sanguessuga

Como é um dia perfeito para ti?

Metro e meio a dois NW glass.

 

Quais são os teus surf spots preferidos? Destaca algumas sessões clássicas de 2017.

Este ano o meu pico favorito foi a Sanguessuga mas as melhores sessões foram nos Coxos e na Crazy Left.

o pai é clássico, o meu irmão é o mestre do estilo e eu sou do power carving

Fala um pouco dessa tua relação com a Sanguessuga – és dos poucos surfistas que costuma desafiar essa onda quase exclusiva dos bodyboarders.

É um slab muito raso e perigoso onde o ‘Ovelha’ e o meu irmão [Francisco] também se tentam aventurar, mas o local sou eu. [risos]

 

O teu pai e o teu irmão são exemplos para ti, tanto no surf como na vida em geral?

Temos os três estilos de surf diferentes: o pai é clássico, o meu irmão é o mestre do estilo e eu sou do power carving.

Martim Carrasco com o pai, no Nacional de Surf da Figueira da Foz - ph. Gonçalo Forjaz Trigueiros

Preferes que te chamem ‘Tim Tim’ ou ‘Toirito Lindo’?

Tim Tim.