Obra: Rui Arsénio e Rui Morais
No poema “O Infante”, que integra o livro “A Mensagem”, Fernando Pessoa escreveu que “Deus quer, o Homem sonha e a Obra nasce”.
Neste caso o sonho começou por um Homem apenas, que posteriormente veio a contar com a preciosa colaboração dum grande amigo para a respectiva concretização.
Rui Arsénio e Rui Morais são os co-criadores destas mascotes
“As mascotes da Ericeira (o Jagoz e a Jagoza) eram um sonho antigo que eu já tinha há muitos anos. Até já tinha criado nos tempos da Banda Ouriços do Mar uma mascotezinha que tinha a cabeça de ouriço, na altura desenhada à mão – nessa altura eu ainda desenhava. Quando voltei a encontrar essa mascote num artigo antigo lembrei-me de tentar fazer uma mascote da Ericeira”, começa por introduzir Rui Arsénio.
“Jó”, como também é conhecido na Ericeira, falou então com outro Rui, de apelido Morais. Designer de profissão e criativo de vocação, o filho de Orlando Morais (considerado “O Pintor da Ericeira”) viria a tornar-se, assim, co-criador do “Jagoz” e da “Jagoza”.
“Falei com o meu grande amigo para ver se ele podia criar alguma coisa a partir daquele desenho porque com o original não era possível fazer o produto final. Disse-lhe qual era a minha ideia e o que pretendia e o “bichinho” mordeu-o também”, prossegue.
Na sua intervenção inicial, Rui Morais “criou a cabeça, foi fazendo o boneco e fomos trocando ideias” – Arsénio sugeriu, por exemplo, que colocasse uns chinelos nos pés da mascote masculina. “Passámos então do Jagoz para a Jagoza, que acabou por pintar os lábios, ganhar um top acima da cintura e umas tamancas em vez duns sapatos de salto alto.”
o objectivo é que estas mascotes venham a ser utilizadas pela Ericeira
Esta parceria criativa acabou por resultar no casal de bonecos (que já se encontram registados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI) aqui publicados. O objectivo do fundador dos Ouriços do Mar é que estas mascotes venham a ser utilizadas pela Ericeira: pelos Jagozes e para os Jagozes.
“Vou ver se as consigo promover, de forma a que sejam uma recordação para os locais e visitantes”, revela Arsénio, antes de concluir: “É para colocar ao dispor de quem desejar – até me lembrei, por exemplo, da possibilidade de se colocarem estes jagozes nas fardas de alguns restaurantes, com os nomes dos estabelecimentos por baixo da mascote.”
O desenho que viria a dar origem às actuais mascotes encontra-se no canto superior direito desta imagem.