insch: “A Ericeira foi sempre a nossa casa”

 

Texto: Hugo Rocha Pereira | Fotografia: Márcio Barreira

 

Os insch, formados em 2014 por Manel Gomes (baixo), Miguel Rodrigues (bateria) e Tiago Duarte (voz e guitarra), tocaram na recente edição do Sumol Summer Fest. No rescaldo do festival de música publicamos o resultado duma conversa com o vocalista deste power trio que tem na Ericeira a sua base. Entre referências musicais e projectos futuros (ainda conseguimos que revelassem algo sobre o próximo trabalho…), nesta entrevista também se fala sobre uma rodagem especial, a parceria com a Ericeira Surf & Skate e santuários, ou não fosse este um dos significados possíveis para o nome da banda.

 

Os insch assumem-se como uma banda da Ericeira. O Miguel vive cá há vários anos; qual é a tua relação e a do Tiago Duarte com a vila?

Tal como o Miguel, eu e o Manel nascemos e crescemos em Torres Vedras, onde nos conhecemos e começou a nossa amizade, mas enquanto banda (mesmo em bandas anteriores a esta e que estiveram na sua génese) a Ericeira foi sempre a nossa casa. Todos os ensaios, todas as músicas e até a totalidade do álbum foram criados, cresceram e foram gravados na Ericeira. A Ericeira é e sempre foi a casa da banda.

é mais fácil estarmos na mesma página quando somos apenas 3

Que vantagens encontram neste formato de trio?

A maior vantagem do formato trio não é o número de elementos mas o facto de sermos os três amigos há muitos anos, de nos conhecermos bem, de estarmos super alinhados na forma como sentimos e gostamos de fazer música. Ou seja, no limite poderíamos ser 12 e a música fluir, mas é mais fácil estarmos na mesma página quando somos apenas 3.

 

Têm alguns power trios como referência ou nem por isso?

Temos alguns power trios como referência, naturalmente, bandas como os Nirvana, Green Day, Blink 182 ou Muse fizeram parte do nosso crescimento como fãs e mais tarde como músicos. São grandes inspirações e de certo modo fizeram-nos acreditar que sermos três não era um problema mas apenas uma maneira de estar.

 

Qual é o vosso background musical?

Todos os três somos essencialmente autodidatas, com umas aulas de bateria pelo meio mas essencialmente para aprender as bases. Compreendemos a importância de conhecimento formal musical, mas isso é apenas uma ferramenta para se construir a música que se quer fazer, não um imperativo!

insch no Sumol Summer Fest 2017 - ph. Márcio Barreira

Quais são as vossas principais referências, no grunge, rock e não só?

Uma das características mais curiosas da banda é mesmo que cada um tem referências musicais bastante diferentes, o que acaba por trazer diferentes visões à música quando compomos. O Miguel sempre foi mais ska-punk e pop (Mad Caddies, Jamiroquai, Dave Matthews, etc.), o Manel puxa ao indie e alternativo (Nine Inch Nails, Black Rebel Motorcycle Club, Jack White, etc.) e eu tenho uma base mais de grunge e nu metal (Nirvana, Incubus, Deftones, etc.). Hoje em dia ouvimos muitas mais coisas, mas estas talvez tenham sido aquelas que nos marcaram mais inicialmente.

 

Por esta altura têm músicas novas a serem masterizadas pelo reputado Ted Jensen – para quando o próximo álbum? Podem avançar alguns pormenores?

Não [risos]. Na verdade está tudo a ser preparado ainda no segredo dos deuses e ainda há muita coisa em aberto, em função desta ou daquela oportunidade que ainda possa ser agarradas. Não temos ainda nome nem data fechada para lançamento do álbum, podemos adiantar que pretendemos lançar o primeiro single durante Julho. Mas tudo pode alterar-se e mais não podemos dizer…

pretendemos lançar o primeiro single durante Julho

Para uma banda fundada há apenas três anos, já têm conseguido um reconhecimento interessante. Quais são os vossos objectivos a médio-prazo?

Como com qualquer banda ou com qualquer pessoa que tenha uma paixão, o nosso objectivo seria conseguirmos profissionalizarmo-nos, viver da nossa música. Mas isso é um corolário de muita coisa e não uma obsessão, sabemos que se continuarmos a fazer as coisas bem feitas e se tivermos cabeça, mais cedo ou mais tarde isso acontecerá muito naturalmente, com condições.

o nosso objectivo seria conseguirmos profissionalizarmo-nos, viver da nossa música.

Qual tem sido a vossa relação com a Ericeira Surf & Skate e que importância atribuem a esta parceria?

A ESS foi uma das primeiríssimas marcas a acreditar em nós e isso diz-nos muito. É muito fácil acreditar num projecto quando ele já está lançado ou com imenso hype, mas é de enorme valor acreditar numa ideia que ainda não descolou e apoiá-la, como eles sempre nos fizeram. É muito importante para nós sermos embaixadores da marca e um orgulho representar a Ericeira a todo o lado onde vamos tocar.

A ESS foi uma das primeiríssimas marcas a acreditar em nós e isso diz-nos muito.

Qual é o vosso santuário?

A nossa família, os nossos amigos próximos, a nossa sala de ensaios.

 

Como foi a experiência de rodarem o vídeo para “WYCMN” no antigo Cine Estúdio Ericeira?

Divertida! Foi uma empreitada ainda de volume: trazer todos os meios para a Ericeira, desde iluminação, câmaras, rampas, skaters, etc., mas terem-nos dado carta branca para usar o espaço à nossa vontade foi mágico. Foram vários dias intensos a preparar o espaço e depois um par de dias a rodar o vídeo. Valeu muito a pena e continuamos orgulhosos do resultado final.

Tocar “em casa” é especial para vocês?

Sempre. Tratam-nos sempre tão bem, sentimos um carinho especial. É bom ver tantas caras conhecidas na plateia.