Happy Birthday, Bully!!

DJ Bully

 

 Texto: Paulo Galvão | Fotografia: Arquivo DJ Bully

 

Nelson Santos, mais conhecido por Bully, é o DJ mais emblemático da Ericeira. Com um novo trabalho discográfico a ser editado em breve e no dia em que comemora o 41º aniversário na discoteca Ouriço – fez anos ontem, mas ainda lhe podem dar os parabéns hoje e celebrar a data –, fomos conhecer um pouco melhor a pessoa por trás do disc jockey e do produtor que há décadas nos põe a bater o pé em vários bares e discotecas da região e não só.

  

Para quem não te conhece, qual é o verdadeiro nome do DJ Bully e, já agora… porquê Bully?

Para quem não me conhece, o verdadeiro nome do Dj Bully é Nelson Santos. Bully parte de uma brincadeira baseada numa série da minha infância: Willy Fog – Volta ao Mundo em 80 dias. Nesta série havia um personagem chamado Bully (muito preguiçoso e divertido) e quando era miúdo e jogava à bola com os meus amigos, costumava chamar-lhes Bully… Tanto os chamei Bully que o Paulo (proprietário do restaurante Sul) começou a chamar-me Bully e a coisa pegou… até hoje!

 

Como é que começou a tua carreira?

Essa é uma boa questão… Se não me falha a memória, a minha carreira começa em 1988/89 no bar “Cartola”. Nessa altura fazia um pouco de tudo (apanhava copos, servia às mesas…) e o José Martins, que era o proprietário do bar, começa a fazer umas matinés ao domingo com o Paulo Pontes como DJ residente. Como eu era bastante curioso, tornei-me ajudante do Paulo! Em 1991, comecei a ir com o Paulo para o Ferro Velho e nesse mesmo ano ele é convidado para ser DJ noutra casa da zona e, então, começo a minha carreira de DJ no Ferro Velho.

 

Bully parte de uma brincadeira baseada numa série da minha infância.

 

E como é que se chega a uma espécie de DJ “residente” da discoteca mais antiga do país?

No início do Verão de 1992, surge o convite para integrar a equipa do Ouriço, convite esse que na altura até me deixou um pouco desanimado porque me propuseram passar música ao Domingo e nas outras noites seria apenas “apanha copos”. Mesmo assim decidi aceitar o convite. Éramos quatro Djs, mas no decorrer do Verão alguns dos outros foram saindo, e assim comecei fazer mais noites por semana. No final do Verão desse ano, os proprietários do Ouriço (João Franco, Mário e “Nelo”) propuseram-me ser DJ residente do espaço. Convite que de imediato aceitei pois muito me orgulha ainda hoje poder fazer parte da família Ouriço!

 

DJ Bully Junior

DJ Bully Junior

 

Podes apontar alguns pontos altos da tua carreira como Dj?

A minha carreira como DJ foi-se consolidando ao longo destes anos e o trabalho continua a ser muito para que consiga alcançar novas metas e objectivos. No decorrer da minha carreira destaco a minha passagem pelo Virtual, uma casa que me marcou e marcou uma época; a transição de gerência do Ouriço, que me permitiu alargar horizontes na minha carreira musical; o lançamento do meu primeiro tema original, “Jogo da Bola”, que foi a porta de entrada para uma carreira de produção, tendo estado no Top 60 do maior site de musica digital do mundo (Beatport) e, claro, o lançamento do single My Angel.

 

Já há largos anos que não vives na Ericeira. Mudaste-te para onde e porquê?

A mudança deveu-se a um desejo de alargar horizontes. Queria explorar outros ambientes decidi mudar! Achei que a mudança para uma grande cidade iria ajudar, o que acabou por se confirmar. Estive durante oito anos no Porto e agora ando por Viseu.

 

Em breve sairá um novo trabalho discográfico da minha autoria.

 

E sentes falta de alguma coisa da vila onde o mar é mais azul?

É óbvio que sinto falta do mar! Mas o que me custa mesmo é estar longe dos amigos.

 

Para além de “passares” música, também “fazes” música. Como é que as pessoas recebem o teu trabalho?

Na realidade tem sido uma agradável surpresa! Na produção sou ainda um novato, mas a receptividade das pessoas ao meu trabalho tem sido fantástica e faz com que acredite que seja possível chegar ainda muito mais longe. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a todas pessoas que me têm apoiado na minha carreira de DJ e produtor, pois sem o seu apoio nada disto seria possível e aproveito também para vos dizer, em primeira mão, que em breve sairá um novo trabalho discográfico da minha autoria.

 

As pessoas têm ideia de que um bom DJ ganha muito dinheiro. É assim?

Eu costumo dizer que quem ganha muito dinheiro são os artistas… Na realidade, um bom DJ ganha realmente muito dinheiro porque é um DJ que faz a casa. É o artista da casa!

 

Mas também é uma vida desgastante. Como é que ocupas os teus dias?

Tal como já referi, uma vez que estou muito dedicado à produção, o tempo que me sobra é passado no estúdio. Sempre que posso tento passar algum tempo com os amigos e família e aproveito para sair um pouco.

 

Uma vez no Lux houve um rapaz que teimou que eu era o Tricky e eu entrei na brincadeira.

 

Quais são as tuas melhores recordações de infância e adolescência passadas na Ericeira?

Na verdade, grande parte da minha infância não foi passada na Ericeira, foi passada sim no Seixal (aldeia localizada junto à Ericeira). E posso dizer que foram tempos fantásticos! Já a minha adolescência foi maioritariamente passada na Ericeira. Recordo-me sobretudo das grandes noites de diversão que iniciaram a minha carreira!

 

Para terminar, alguma vez te confundiram com o Tricky?

Uma vez na discoteca Lux houve um rapaz que teimou que eu era o Tricky e eu entrei na brincadeira, mas ao fim de uns minutos desisti porque o meu inglês estava a escassear (risos). Depois disso, voltaram a dizer que eu era parecido com o homem e chegaram mesmo a fazer um post num blog com essa comparação, e eu até curti a cena.

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