Gonçalo Mira, o jagoz que agitou o Jiu-Jitsu nacional

Gonçalo Mira - ph. Tiago Valido
Texto: Paulo Galvão | Fotografia: Tiago Valido

 

O BJJ (Jiu-Jitsu Brasileiro) é um desporto com cada vez mais adeptos e praticantes, inclusive na Ericeira. A prova está na enchente que se verificou no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, durante o XI Campeonato Europeu, considerado o maior evento do desporto no Velho Continente e um dos maiores do mundo. A competição, que decorreu entre 23 e 27 de Janeiro, juntou três mil atletas na capital, entre eles o jagoz Gonçalo Mira, revelação nacional que começa agora a dar os primeiros passos em torneios internacionais. Aos 38 anos, o actual vice-campeão nacional lamenta a pouca sorte, tanto no campeonato nacional como no europeu, mas acredita estar no bom caminho para um atleta que apenas se iniciou no desporto há um par de anos.

 

Por que é que começaste a praticar Jiu-Jitsu?

Simplesmente porque adoro fazer desporto. Já tinha praticado boxe e kickboxing, mas essas lutas deixam mazelas. Então, como no Verão dou aulas de surf e no Inverno não consigo estar sem fazer nada, há dois anos e quatro meses decidi experimentar o Jiu-Jitsu.

 

E pelos vistos gostaste…

Adorei. Nunca pensei gostar tanto daquilo, nunca me passou pela cabeça entrar em competições, nem tão pouco subir a um pódio.

 

Foi em Dezembro que participaste no teu primeiro campeonato nacional e por pouco não ganhaste…

Sim, foi no Estádio Universitário, em Lisboa. Fiquei em 2º lugar e, portanto, sou o actual vice-campeão nacional na minha categoria. A verdade é que não fico nada atrás do adversário que me ganhou, mas foi assim que aconteceu, paciência. Eu podia ter ganho.

Como no Verão dou aulas de surf e no Inverno não consigo estar sem fazer nada, há dois anos decidi experimentar o Jiu-Jitsu.

Na semana passada, lutaste no teu primeiro campeonato da Europa. Como é que correu?

Perdi para o campeão da Europa no segundo combate. Mas estive sempre a ganhar a luta, só que no fim acabei por perder.

 

E quais vão ser as próximas competições?

Tenho algumas provas em vista: em Abril estou a contar ir ao campeonato nacional, mas antes, em Março, vou a Málaga para uma prova onde a Portugal Gold Team (PGT) vai estar presente.

 

A PGT é a tua equipa e onde treinas…

Sim, na Ericeira, no Ecosound Resort. Em Mafra, no Pavilhão do Clube Desportivo de Mafra.

 

Achas que o Jiu-Jitsu está a crescer em Portugal?

Sim, o Jiu-Jitsu veio há poucos anos para o nosso país e agora é que se está a dar a conhecer. E a verdade é que as pessoas ficam apaixonadas. Eu estou apaixonado por isto. O que acontece é que havia falta de conhecimento do que é este desporto. No campeonato europeu estavam inscritos três mil atletas. O pavilhão, sempre cheio, com cinco/seis mil pessoas na assistência. Os números dizem tudo e provam que há muita, muita gente a aderir. Contudo não houve uma única cobertura televisiva e, portanto, tem de haver um esforço ainda maior para promover este desporto.

 

É um desporto caro?

Não. O kimono é que pode sair um pouco mais caro, deve rondar os 100 euros, mas os treinos, custam uns 30 ou 40 euros. É mais barato do que andar num ginásio.

Gonçalo Mira - ph. Tiago Valido

Gonçalo Mira em acção.