Fotografia: Pedro Mestre
Vem aí a 5.ª e penúltima etapa do Challenger Series. O EDP VISSLA ERICEIRA PRO presented by Estrella Galicia começa este Domingo e tem período de espera até dia 8 de Outubro. A praia de Ribeira d’Ilhas volta a acolher os melhores surfistas do mundo, que vão lutar pela oportunidade de assegurar um lugar no World Championship Tour (WCT) do próximo ano. Em jogo estão 10 vagas na prova masculina e 5 na feminina.
Entre os surfistas portugueses que vão marcar presença no evento está Frederico Morais, que segue actualmente na 5.ª posição do ranking Challenger Series, portanto em boa posição para garantir uma das 10 vagas em disputa para o circuito mundial do próximo ano. “Competir em casa é sempre especial, mas pressão há sempre, porque quero sempre brilhar em casa. Desde novo que surfo aqui em Ribeira d’Ilhas, é uma onda que gosto muito de surfar, sinto-me à vontade, por isso tem tudo para correr bem”, disse Kikas na conferência de imprensa de apresentação do evento.
Ribeira d’Ilhas assumirá grande importância a duas etapas do fim do Challenger Series
No feminino é Teresa Bonvalot quem sonha com a qualificação. Já o ano passado, esteve à porta do CT e de ser a primeira surfista portuguesa a concretizar esse sonho. Este ano segue no 11.º lugar do ranking (apenas o top 5 feminino segue para o Championship Tour de 2024). “Sabe sempre bem surfar em casa, nas nossas ondas inacreditáveis. Estou tranquila neste momento, muito pode acontecer… É tentar surfar o mais leve possível e aproveitar cada momento, fazendo o que mais gosto, que é competir”, disse a surfista do Guincho.
Ribeira d’Ilhas assumirá grande importância a duas etapas do fim do Challenger Series. E os líderes Cole Houshmand e Sally Fitzgibbons também fizeram uma antevisão do que aí vem. Cole já está qualificado para o tour do próximo ano e por isso agora o seu objectivo é outro. “Tem sido incrível, é um sonho, e foi óptimo qualificar-me em casa, com todos os meus amigos. Adoro competir e não quero parar, por isso o meu objetivo agora é terminar o Challenger no 1.º lugar. Fico sempre feliz de voltar a Portugal, é uma das minhas paragens preferidas do tour. Digo sempre que quero viver aqui, talvez um dia [risos]”, disse o surfista norte-americano. Também a australiana Sally Fitzgibbons tem uma relação especial com Portugal, onde já vem desde 2003. Já lá vão 20 anos de boas memórias, como por exemplo quando em 2010 conquistou um QS em Cascais. “A beleza de voltar e de já o fazer há 20 anos é ver a comunidade de surf crescer, é bom partilhar estas ondas com gente de todo o mundo. Somos sempre tão bem recebidos. Lembro-me de em 2010 ver a Teresa Bonvalot tão novinha, é muito bom voltar”, disse Sally, que depois de ter caído do CT em Margaret River este ano, se tem mantido na posição de se requalificar de volta ao tour em 2024. A australiana marcou sempre presença em todos os dias das finais do Challenger Series até agora, resultados que lhe garantem o 1.º lugar no ranking feminino.
A prova conta ainda com os wildcards Henrique Pyrrait (Câmara de Mafra), Martim Nunes (Vissla), Joaquim Chaves (Joaquim Chaves Saúde), e Janire Gonzalez Etxabarri (EDP). E claro que todos se mostraram satisfeitos com a possibilidade de participar no evento em Ribeira d’Ilhas. “É a minha primeira vez num Challenger. Não sei o que sentir. O meu objectivo é aproveitar ao máximo a oportunidade”, disse Martim Nunes, surfista de 19 anos da Praia Grande. O local Henrique Pyrrait destacou “a qualidade das ondas da Ericeira”: “É sempre uma honra gigante representar a terrinha [risos]. As previsões parecem boas, Ribeira já nos habituou a isso, vamos ter boas ondas, bom tempo e muito espectáculo.” A representar a EDP, como wildcard, vai estar Janire Gonzalez Etxabarri. A surfista de 18 anos, oriunda do País Basco, faz parte da equipa EDP Surf For Tomorrow e confessou que este tem sido um projecto que a tem desafiado. “Tem-me ajudado muito tanto a nível de experiência como técnica e mentalmente. Temos uma equipa que se apoia mutuamente e estamos sempre a aprender coisas novas”, referiu. Para finalizar, Joaquim Chaves, que segue no 15.º lugar do QS, tem também aqui a “oportunidade de surfar com alguns dos melhores surfistas do mundo”. “Já fiz algumas viagens com o Kikas para algumas etapas do Challenger e na altura vi de fora como tudo funciona, por isso agora é mesmo um privilégio fazer parte do evento”, disse o jovem surfista de 20 anos.
Mais uma vez a Câmara Municipal de Mafra acolhe, na vila da Ericeira, alguns dos melhores surfistas do mundo. “É sempre um orgulho ter uma prova deste gabarito na Ericeira e ainda para mais com a qualidade dos atletas que nos visitam. E aparentemente parece que vamos ter um grande palco no anfiteatro que é Ribeira d’Ilhas, mesmo no coração da Reserva Mundial de Surf”, referiu Pedro Carmo, vereador do Turismo da autarquia de Mafra.
Francisco Spínola, director geral da WSL para a Europa, África e Médio Oriente, destacou a importância de se apostar no surf num país como Portugal. “É muito importante as empresas olharem para estes investimentos como investimentos de longo prazo. E no que diz respeito ao surf, temos em Portugal alguns dos melhores estádios do mundo. A Ericeira é talvez um dos melhores palcos de surf do mundo”, referiu o responsável que deixou um desejo: “Que seja um português a ganhar a prova e que a Teresa e o Frederico consigam pontos valiosos para as contas do ranking.”
O EDP VISSLA Ericeira PRO presented by Estrella Galicia contará ainda com alguns eventos extra-competição. No dia 7 de Outubro será apresentada uma nova temporada do “Edp Surf For Tomorrow” no La Barraque, que, de resto, acolherá nesse mesmo fim-de-semana vários eventos de música e projectos especiais. Durante todos os dias do evento os visitantes podem ir até ao “Moche Impact Zone”, que consiste numa quadra de skate com aulas grátis e demonstrações com os melhores skaters nacionais. E no último dia de prova será realizado um heat especial, promovido pelo hotel “You& the Sea”. O “Ericeira Legends Heat” vai contar com a participação de surfistas locais, nomeadamente Tiago Pires, José Gregório, Gony Zubizarreta e Tomás Fernandes.