Fotografia: fbatista
A candidatura do Palácio Nacional de Mafra a Património Mundial está em risco devido à falta de obras de recuperação dos sinos e carrilhões do monumento, alertou ontem a Associação dos Amigos do Convento de Mafra.
Os sinos escorados têm sido alvo de intervenções técnicas desde 2011 e muitos estão seguros por andaimes para proteger os visitantes. As estruturas da torre norte são as que inspiram mais cuidados, dado que não são alvo de obras de manutenção desde 1928.
“Com os sinos escorados, não se pode avançar com uma candidatura à UNESCO para, como esperamos, o palácio ter a classificação de Património Mundial em novembro de 2017, aquando da comemoração dos 300 anos após o lançamento da primeira pedra da sua construção”, disse Rogério Bueno de Matos, presidente da associação, à agência Lusa.
Há dois anos, a Secretaria de Estado da Cultura alocou 1,8 milhões de euros para a recuperação dos sinos e carrilhões por via de concurso público internacional. Em Abril deste ano o concurso ainda não tinha avançado e a Direcção-geral do Património Cultural de Lisboa e Vale do Tejo adiantou esta semana que ainda não há data prevista para o início das obras.
Foram já feitas duas candidaturas a fundos – em Fevereiro e Março de 2013 – e decorre, nesta altura, uma terceira candidatura com o objectivo de conseguir, em 2014, as fontes de financiamento para as obras nos dois carrilhões e 119 sinos que marcam as horas e as cerimónias litúrgicas.
Além do maior conjunto sineiro do mundo, o Palácio de Mafra alberga seis órgãos históricos na basílica, restaurados e entretanto inaugurados em 2010, num conjunto de obras avaliadas em um milhão de euros. Em 2012 o palácio recebeu quase 240 mil turistas e gerou cerca de 1,4 milhões de euros de receita, segundo a Direcção-geral do Património Cultural.