As Linhas de Torres são as candidatas portuguesas a Património Europeu 2021

Linhas de Torres Vedras. - ph. linhasdetorres.blogspot.pt

 

Fotografia: DR

 

As Linhas de Torres Vedras, que também passam pelo concelho de Mafra, foram seleccionadas para representarem o nosso país como candidatas a Património Europeu 2021.

“O júri considerou unanimemente que a candidatura apresentada pela Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT)- Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres Vedras, destacando-se significativamente das restantes candidaturas apresentadas, corresponde de forma muito positiva a todos os critérios para selecção da Marca do Património Europeu” (MPE), referiu a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) numa nota.

Entre as restantes candidaturas a esta medida da União Europeia lançada em 2006, destaque para o Palácio Nacional de Mafra – as outras foram apresentadas pelo Conjunto Patrimonial do Bussaco, o Abrigo do Lagar Velho/Menino do Lapedo-Vale do Lapedo, os Lugares de Paz (transnacional) e a Fajã da Ovelha – Diversidade Patrimonial (Madeira).

seis municípios compõem a Associação da Rota Histórica das Linhas de Torres Vedras

O património histórico associado às Linhas de Torres Vedras está a ser sujeito a melhorias resultantes de 1,5 milhões de euros de financiamento comunitário, obtido para investir na qualificação da oferta e na promoção como produto turístico.

As Linhas de Torres Vedras foram construídas sob a orientação do general inglês Wellington, comandante das tropas luso-britânicas no período das Invasões Francesas, para defender Lisboa das forças napoleónicas entre 1807 e 1814, durante a Guerra Peninsular.

A Associação da Rota Histórica das Linhas de Torres Vedras é composta pelos municípios de Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa.

Até 2021, os municípios associados estão a trabalhar em parceria para proteger e valorizar o património cultural e natural das Invasões Francesas e da Guerra Peninsular enquanto factor de desenvolvimento dos respectivos territórios, criar em torno desse património um produto turístico e dinamizá-lo através de recriações históricas e outros eventos temáticos.

Em 2010, ano em que se comemoraram os 200 anos da construção das linhas defensivas, foram inauguradas obras de recuperação, e centros de interpretação, um investimento estimado em cerca de seis milhões de euros.

Em 2014, a empreitada de desmatação, recuperação e reabilitação dos fortes venceu o prémio Europa Nostra, na categoria “Conservação”, e a Assembleia da República instituiu o 20 de Outubro como o Dia Nacional das Linhas de Torres.

Em Março desse ano foram classificados como Monumento Nacional os 114 fortes e estradas militares que integram as Linhas de Torres Vedras, que recebem por ano pelo menos cerca de 10 mil visitantes.

a Marca do Património Europeu é uma medida da União Europeia

Desde 2013 foram atribuídas 48 distinções ao Património Europeu, quatro delas a Portugal: Carta da Abolição da Pena de Morte e Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (2014), Promontório de Sagres (2015) e Património Culturalubaquático dos Açores (2019).

A Marca do Património Europeu (MPE) é uma medida da União Europeia que tem por base uma iniciativa intergovernamental estabelecida pelo Parlamento e pelo Conselho da União Europeia.

Nos termos do regulamento “Os objectivos gerais da MPE consistem em reforçar o sentimento de pertença à União Europeia por parte dos cidadãos europeus, em especial dos jovens, com base nos valores e elementos comuns da história e do património cultural europeus, valorizar a diversidade nacional e regional e incrementar o diálogo intercultural. Para isso, esta designação procura realçar o valor simbólico e melhorar a visibilidade de sítios que tenham desempenhado um papel significativo na história e na cultura da Europa e/ou na construção da União Europeia.”