À descoberta da terra das “trouxas”

 

Fotografia: DR

 

No dia 23 de Novembro, a Caminhando.pt convida a comunidade para uma caminhada pela Malveira, conhecida como a terra das “trouxas”, uma iguaria da doçaria local. A actividade tem início às 9:30 e promete um percurso cheio de história, paisagens deslumbrantes e tradições locais.

Esta proposta vai permitir ficar a conhecer melhor a Malveira, não só a das famosas “Trouxas” mas também as paisagens verdejantes que a rodeiam. Não poderá faltar a subida a duas elevações, uma delas com mais de 420 metros de altitude, e onde é possível encontrar uma perfeita visão de 360º de toda a envolvente, desde a margem Sul à Serra de Sintra, Serra do Socorro e orla costeira. Será possível ainda conhecer o Forte da Feira e o Parque da Mata.

a Malveira tornou-se conhecida como a capital da região saloia

Para proteger Lisboa da 3ª Invasão Napoleónica, as forças anglo-lusas estabeleceram em torno da capital do reino um sistema defensivo estruturado que incluía duas linhas defensivas ligando o Oceano Atlântico ao Rio Tejo, num total de 152 obras militares edificadas entre 1809 e 1811. O Forte da Feira encontra-se inserido na segunda Linha Defensiva, integrando-se num núcleo das Linhas onde se regista um dos mais elevados número de redutos, posicionados para defender as estradas Torres – Lisboa; Mafra – Lisboa.

Já o Forte da Malveira assumiu o nome da feira instituída por D. Maria I em 25 de Março de 1783. Aquando da construção do Forte da Feira, o núcleo urbano estaria restrito a uma área junto da capela de Nossa Senhora dos Remédios, mas a área anexa ao local onde se implantou o forte era recorrentemente frequentada para a referida feira. Este reduto encontrava-se munido de 4 bocas-de-fogo e com uma guarnição de 350 homens.

Estando a Malveira situada, geograficamente, num local privilegiado, ficou naturalmente no centro da estrada nacional construída entre Lisboa e Torres Vedras e como ponto de ligação desta com a comarca de Mafra. Posteriormente, com a criação da linha de caminhos de ferro do Oeste, tornou-se a estação da Malveira um ponto de referência desta linha. A posição central da Malveira mostrou-se atractiva para os agricultores e criadores de gado comercializarem as suas produções que, no fim, eram elemento importante na alimentação da população da capital, tornando-se, por isso, conhecida como a capital da região saloia.

Foto: caminhando.pt

Como consequência, D. Maria I viria a autorizar, por provisão de 14 de Dezembro de 1782, a realização da feira anual da Malveira que passaria, posteriormente a realizar-se também, semanalmente, à quinta-feira. O êxito da feira da Malveira despertaria o despeito de terras ribatejanas, que pretendiam a transferência da feira para uma localidade da sua região, mas o nível atingido na Malveira viria a impedir as autoridades do reino a validarem tal pretensão.

O ponto de encontro para a caminhada está marcado para a Junta de Freguesia da Malveira, no Largo da Igreja, com coordenadas de latitude 38°55’59.54″N e longitude 9°15’30.05″W. É aconselhado aos participantes chegarem às 9:20, 10 minutos antes do início da caminhada. A conclusão do percurso está prevista para as 13:30.

será possível conhecer melhor a Malveira, não só a das famosas “Trouxas” como as suas paisagens verdejantes

A caminhada, classificada com um nível de dificuldade de 3+, tem uma extensão de 13 km, exigindo calçado e roupa apropriados para caminhadas. O valor da inscrição é de 8 euros, incluindo seguro de acidentes pessoais, guias e acompanhamento.

As inscrições devem ser efetuadas até às 16:30 do dia anterior à caminhada, através do formulário de reserva disponível no site da promotora.