Restaurante Emme apresentou Carta de Verão com sabores da cozinha Atlântica

 

Fotografia: Zucalli Media / Immerso

 

Segunda-feira, num final de tarde soalheiro, o Emme (restaurante do Immerso Hotel, em Santo Isidoro) lançou a sua Carta de Verão, concebida pelo prestigiado chef-consultor Alexandre Silva.

No muito agradável deck da piscina desta unidade hoteleira, com uma vista espectacular para a envolvente paisagem verde e o mar sem fim da praia de São Lourenço, múltiplos sabores, aromas e cores da cozinha Atlântica desfilaram em ritmo descontraído enquanto o Sol ia baixando rumo ao horizonte, sendo degustados pelas pessoas convidadas para este evento.

 várias opções e sabores para experimentar no Emme ao longo dos próximos meses

Foram perto de duas dezenas de propostas que fizeram as delícias das pupilas gustativas, começando pelas entradas, prosseguindo com pratos de peixe e terminando nas sobremesas após algumas delícias vegetarianas e momentos que tiveram a carne como protagonista.

Entre as criações favoritas do chef Alexandre Silva, que antes da entrada em cena das sobremesas se dirigiu aos convivas, encontram-se duas Entradas: o Polvo com Amêndoa e Alho e o Pica-pau do Mar, com Bivalves da Nossa Costa, Molho de Ervas Frescas, Pickles de Kumquat e Funcho. Outras das iguarias que se destacaram entre as opiniões dos presentes foram a Massada Immerso, o Peixe da Lota de Peniche com Xerém de Berbigão e Tomate (Peixes), O nosso Arroz de Pato e a Presa de Porco no Carvão com Espuma de Cherovia e Couve Coração (Carnes), a Tagine de Lentilhas com Vegetais da nossa Horta e Pevides ou, ainda, o Risoto com Legumes da nossa Horta e Espinafres – pratos Vegetarianos.

Com a banda-sonora do DJ D’johnz, como sucedeu neste evento de lançamento da Carta de Verão, ou noutra qualquer data, existem várias opções e sabores para experimentar no Emme ao longo dos próximos meses, aproveitando a estação mais quente e descontraída do ano – afinal de contas, “Slow is the New Flow”, como se pode ler junto ao bar exterior do Immerso.

 


 

«O fogo e o mar conseguem quase andar de mãos dadas»

Após a apresentação desta nova Carta de Verão, a AZUL teve a oportunidade de colocar algumas perguntas, em jeito de flash-interview com sabores estivais da cozinha Atlântica, ao chef-consultor do restaurante Emme.

Alexandre Silva apresenta um percurso profissional que dispensa apresentações, ou não tivesse uma estrela Michelin renovada há já sete anos consecutivos num dos seus dois espaços em Lisboa – o LOCO, espaço que lidera a par do FOGO.

Consegue caracterizar em poucas palavras o conceito desta Carta de Verão do Emme?

A Carta de Verão vem no seguimento daquilo que é esta cozinha: uma cozinha Atlântica, como não podia deixar de ser. Temos o mar mesmo aqui em frente, sem esquecer também o que existe como riqueza nas serras e nas hortas desta região. Essa é a nossa inspiração. Em primeiro lugar trabalhar apenas com produtos e fornecedores locais e, a partir daí, começar a construir o menu. Depois, claro que os produtos em si estão mais associados ao Inverno ou ao Verão, como neste caso. Trabalhamos à velocidade da Mãe Natureza e não ao contrário, por isso os próprios produtos e as estações ditam aquilo que estamos a servir. Eu acredito que os pratos das cartas devem mudar quando esse produto está em fim de época – todos sabemos que actualmente conseguimos trabalhar com todos os produtos durante o ano: há tomate e ananases o ano todo, há tudo o ano todo. Só que as coisas não são assim, andamos depressa demais e acabamos por comer produtos sem qualidade nenhuma. Aquilo que disse há pouco sobre nunca sabermos quando é Verão e Inverno nesta região era só uma piada porque não mudamos uma Carta de Verão quando começa o Verão, porque as coisas não são assim: primeiro aparecem as frutas de caroço, depois vêm as outras frutas. Trabalhamos ao sabor da Mãe Natureza, ela é que dita as regras e nós apenas vamos atrás e criamos a partir daí.

a minha grande paixão é o mar

Destaca alguns pratos desta carta para a estação mais quente do ano?

Quando se constrói uma Carta nunca se constrói com tudo aquilo que gosto enquanto chef de cozinha. Há coisas que aprecio mais e outras menos. O prato que mais gosto neste menu, aquele que vai mais de encontro ao meu palato, é o Polvo com Amêndoa e Alho – eu fui criado com esses sabores. O Pica-pau do Mar, que já vem da carta antiga, é outro dos meus favoritos – penso que já é um prato de assinatura do Emme e irá continuar durante muito tempo no menu até nos chatearmos com o prato ou ele se chatear conosco.

 

Deu ao conceito que desenhou para o Emme o título de cozinha Atlântica. O facto de este restaurante integrar o hotel Immerso (situado entre o verde do campo e o azul do mar) trouxe-lhe alguma inspiração especial?

Claro que sim. Eu sou um homem do campo, nasci no sopé da Serra de Montejunto, mas acredito que também sou um homem do mar, a minha grande paixão é o mar. Apesar de ser um grande amante do fogo, o mar é aquilo que mexe mais comigo e a inspiração vem quase toda dali. Mesmo nos pratos com proteína do campo, de serra, eu possivelmente coloco qualquer coisa que vem do mar porque os seus elementos potenciam sabor: o iodo potencia sabor, tal como o sal ou o açúcar. É difícil, estando aqui no Emme, não pensarmos no mar e a cozinha tem que passar isso para fora. Claro que temos sempre os pratos de carne, que vão às raízes buscar a essência do fogo. O fogo e o mar, embora sejam dois elementos muito fortes (um consegue extinguir o outro) e completamente diferentes, conseguem quase andar de mãos dadas.