Uma jornada fotográfica sobre os pescadores jagozes

 

Fotografias: Beatriz Andrade

 

A jovem Beatriz Andrade tem um objectivo claro em mente: tornar-se uma fotojornalista da National Geographic. Com apenas 18 anos, Bea está determinada a perseguir o seu sonho e já deu alguns passos nesse sentido.

A paixão de Beatriz pela fotografia é impulsionada pela crença no poder das imagens para despertar interesse e fascínio pelo mundo em que vivemos. Consciente da importância do mar na história e identidade da Ericeira, ela busca capturar a essência dessa relação especial entre a comunidade local e a pesca.

o mar tem uma imensidão de significados para mim que nem consigo descrever

Os pescadores da Ericeira desempenham um papel fundamental na preservação da identidade cultural e no sustento da comunidade local. Ao explorar a vida desses corajosos homens do mar, Beatriz mergulhou nas profundezas das suas rotinas diárias e capturou a essência da sua devoção.

Ao testemunhar o árduo trabalho envolvido na pesca, desde a preparação das redes até à descarga do pescado, Beatriz foi inspirada pelo sacrifício e pela determinação dos pescadores jagozes. As suas fotografias não retratam apenas a beleza e os desafios do mar, mas também a conexão íntima entre os pescadores e o oceano que os sustenta.

Ao conhecer o quotidiano dos pescadores jagozes, Beatriz teve a oportunidade de conhecer, entre outros, António Franco Alberto, um pescador de 54 anos que pesca desde a sua infância. Com orgulho, ‘António Porras’ contou como funciona o seu barco equipado com radar e sonda, destacando a importância destas tecnologias para a navegação segura dos pescadores: “O mar tem uma imensidão de significados para mim que nem consigo descrever. É o meu sustento, o meu ganha pão, a minha vida.”, conta Toni.

Beatriz descobriu que ser pescador vai além do que ela imaginava. Testemunhou o árduo trabalho que é preparar covos para a captura de polvos e navalheiras, equipar o barco com redes e outros materiais essenciais e, posteriormente, descarregar e conservar o pescado para venda. O sacrifício e o esforço envolvidos na vida de um pescador tornam-se profundamente fascinantes.

Sair da zona de conforto foi um desafio para Beatriz, que estava determinada a captar a essência da vida de um pescador. Ela enfrentou as suas dúvidas e abordou-os. Os pescadores mostraram-se receptivos e dispostos a responder às suas perguntas e serem fotografados enquanto trabalhavam. Essa experiência proporcionou não apenas uma enorme aprendizagem fotográfica, mas também a formação de amizades e trocas culturais significativas.

o projecto trouxe conexões pessoais valiosas e uma compreensão mais profunda do que significa ser pescador

As fotografias de Beatriz viriam a ser expostas na Galeria Orlando Morais, na Ericeira, oferecendo assim um momento especial durante o qual a jovem autora pôde partilhar o seu trabalho com amigos, família e a comunidade em geral. Para além das imagens, o projecto trouxe conexões pessoais valiosas e uma compreensão mais profunda do que significa ser pescador e depender do imponente oceano.

Através da sua dedicação à fotografia e ao seu projecto, Beatriz Andrade deu os primeiros passos em direcção ao seu sonho de se tornar uma fotojornalista. Com talento e paixão, Beatriz está pronta para continuar a sua jornada, na qual pretende continuar a contar histórias visuais que transcendem fronteiras e despertam uma consciência sobre o mundo que nos rodeia.

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