O surf vai contribuir com 20 milhões para a economia nacional em apenas um mês

Allianz Ericeira Pro 2014. - ph. Ricardo Bravo/Moche

 

Fotografia: Ricardo Bravo/Moche

 

Os campeonatos internacionais de surf que se realizam em Portugal entre Outubro e Novembro têm um retorno comercial para a economia nacional superior a 20 milhões de euros. A estimativa é do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, por ocasião da perna portuguesa dos mundiais feminino, masculino e junior entre Cascais e a Ericeira.

“Por analogia com casos conhecidos, uma prova deste nível tem impacto directo na economia local (hotelaria, restauração e serviços) entre sete e oito milhões. Considerando que provas como as que Cascais acolhe são vistas por milhões de espectadores, o retorno global ultrapassa as duas dezenas de milhões de euros”, afirma o autarca, citado pelo Diário Económico.

Para Carlos Carreiras, o surf oferece a Portugal uma “plataforma promocional invejável”. Ao fim de cinco edições [do mundial WCT em Portugal], o site do evento conta com um total acumulado de 50 mil páginas vistas e 14 milhões de ‘unique viewers’ e um retorno global de media que, em 2013, passou os 21 milhões de euros”. Para esta visibilidade, que se traduz em mais turismo dentro do país, contribuiu, diz o autarca, “a visibilidade mundial, a partir de 2011, com a onda da Nazaré e, mais recentemente, em 2013, com a chegada de Cascais ao universo dos eventos de surf”.

Carlos Carreiras lança ainda um desafio: “As estimativas apontam para que haja 160 milhões de surfistas no mundo. Se Portugal for capaz de captar 10% dessa tribo, 16 milhões de pessoas, isso é o movimento anual de passageiros na Portela. É um nicho com um potencial de milhares de milhões de euros para a economia nacional em sectores como turismo, indústria e educação.”

Segundo um estudo da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do IPL, a contribuição gerada pelo surf a nível de impostos ronda os mil milhões de euros. Além disso, tanto o autarca de Cascais como o líder do município de Peniche, António Correia, apontam para os efeitos positivos colaterais deste boom do surf em Portugal, nomeadamente no melhoramento de infra-estruturas.

O Cascais Billabong Pro realiza-se até dia 11 de Outubro. Segue-se o WCT em Peniche, de 12 a 23 de Outubro e, por fim, o mundial de juniores na Ericeira, entre 25 de Outubro e 2 de Novembro. Estes campeonatos garantem um total de 1.250 milhões de dólares em prémios monetários distribuídos pelos atletas.