“Nunca esquecerei os jogadores do GDUE”

Vítor Gazimba - ph. DR

 

Texto: Paulo Galvão | Fotografia: carlosbraz|photography

 

O jogo de ontem frente ao Vialonga (vitória do GDUE por 3-2) foi o último para o jovem treinador Vítor Gazimba no comando técnico do Grupo Desportivo União Ericeirense. O técnico, que esteve ao lado de Luís Freire na última época e meia, foi na semana passada contratado pelo clube campeão norueguês, o Stromsgodset, para treinador principal dos sub-21. Foi com este jovem treinador de 26 anos e com Luís Freire que o Ericeirense subiu à Divisão de Honra na época passada. E Vítor Gazimba fê-lo sem receber quaisquer honorários do clube que ficará para sempre no seu coração. Em jeito de despedida, Vítor gazimba falou com a AZUL sobre a sua passagem pela Ericeira, mas também deste novo desafio profissional.

 

Como é que surgiu esta contratação?

Esta contratação surgiu através de um dos directores do clube norueguês, que tem acompanhado o que tem sido o meu desempenho em termos académicos. Ele veio a Lisboa, pediu o meu contacto e numa primeira reunião informal (que acabou por se prolongar por quatro horas e meia) discutimos futebol e as minhas ideias em termos de jogo e, na passada semana, ele foi ver o treino do Ericeirense. Depois do treino ficámos a falar até bastante tarde, e foi assim que as coisas se decidiram.

 

Não contava com esta surpreendente ida para a Noruega….

Não, não contava com isto, porque não foi através de um agente, nem nada… Eles estavam interessados em ter uma perspectiva diferente do futebol para dar uma nova vitalidade ao clube que venceu a época passada, e vieram buscar-me a mim para treinador principal.

Foi na Ericeira que fui atrás do meu sonho.

Como é que olha para a sua passagem pelo GDUE?

Olho para todos estes meses com uma grande satisfação. Trabalho com o Luís Freire há imenso tempo. Crescemos juntos sempre a aprender e com o mesmo sonho de virmos a ser treinadores de futebol. Eu entretanto fui convidado a tirar o doutoramento em treino desportivo na Universidade de Lisboa e voltámos a estar juntos no Ericeirense. Foi muito marcante esta passagem pela Ericeira, porque eu vivo em Setúbal, estudava em Lisboa e tinha os treinos na Ericeira. Fazia 1000 km por semana, mas nós acreditávamos. Uma pessoa para ser bem sucedida precisa de trabalhar e de sonhar, e nós saímos da nossa zona de conforto. Mas essa é a minha postura no campo e na vida e, portanto, foi na Ericeira que fui atrás do meu sonho.

 

Que equipa é que deixa para trás?

É um grupo de jogadores fantástico! Gente muito receptiva às nossas ideias, que nos acolheu sempre da melhor forma. Trabalhávamos arduamente, com treinos muito estruturados e de alta qualidade. Foi a primeira vez que treinei uma equipa sénior, mas estes são jogadores que eu nunca irei esquecer, assim como nunca me esquecerei da Ericeira.

 

Como é que vê o desempenho da equipa até ao final da época?

A equipa está a produzir muito bom futebol. Muito bom mesmo. Pensamos que poderá vir a subir de divisão.