‘Neko’ Pyrrait: “Não trocava a Ericeira pela Austrália”

 

Texto: Diogo Milho | Fotografia: José Maria Pyrrait

 

No primeiro dia do Allianz Ericeira Pro (realizado no final de Março) estivemos à conversa com Henrique ‘Neko’ Pyrrait. Recém-chegado da Austrália, aquele que é considerado um dos personagens mais carismáticos entre os atletas portugueses da nova geração do surf falou-nos sobre essa viagem e relembrou algumas das suas recentes conquistas. Uma conversa em plena praia de Ribeira D’Ilhas, quando Henrique Pyrrait se preparava para o seu primeiro heat da Liga Meo Surf 2017. O surfista da Ericeira acabaria por conseguir alcançar pela primeira vez a 3ª ronda (ou “quartos-de-quatro”) duma prova do Circuito Nacional de Surf, o que mostra a evolução do seu surf e abre boas perspectivas para a presente temporada.

 

Chegaste há pouco tempo da Austrália. Como foi essa experiência dentro e fora de água?

Foi incrível! A Austrália sempre foi um destino de sonho. O ambiente fora de água era incrível, as pessoas super simpáticas, sempre a falar, não te conheciam de lado nenhum e cumprimentavam-te, perguntavam-te de onde eras. Dentro de água era basicamente o mesmo registo. As pessoas falavam, sempre como se te conhecessem, como se fosses de lá, mas o ambiente era um bocadinho mais difícil, às vezes porque era muita gente, um crowd gigante. Num dia bom havia cem pessoas dentro de água, tudo concentrado no mesmo sítio, mas em geral as pessoas eram simpáticas, sempre preocupadas contigo, queriam que estivesses bem e a gostar, sempre a perguntar se estavas a apanhar boas ondas. As pessoas de lá foram acolhedoras e eu gostei bastante!

 

Tiveste oportunidade de acompanhar ao vivo a estreia do Frederico ‘Kikas’ Morais no Tour e o comeback vitorioso e épico do Owen Wright. O que destacas?

Foi incrível! O ‘Kikas’ teve um desempenho brutal, principalmente no primeiro heat, que passou em primeiro e foi brutal estar ali na praia, mesmo perto dele, ver as ondas ao vivo, sem ser por computador ou assim, sentia-se mesmo que era um momento intenso. Tínhamos ali a nossa claque portuguesa com bandeiras e cachecóis, tudo a gritar por ele e acho que isso também foi importante para ele, saber que estávamos do outro lado do mundo e com o apoio português. O Owen Wright foi uma vitória incrível, não estava nada à espera, visto que ele esteve um ano parado. Achava que ele ia ter uma boa prestação e principalmente quando vi que ele ia contra o Mick Fanning no round 3 pensei: “pronto, o Mick Fanning está em casa e está a surfar de forma incrível, o Owen Wright vai cair…”, mas não. Passou e foi uma vitória incrível. A final foi intensa, vê-lo passado um ano de estar lesionado, ir ao primeiro CT depois da lesão e ganhar foi incrível. Ver a felicidade dele foi uma coisa muito especial.

Com o pai e a restante claque lusa na Austrália.

Com o pai e a restante claque lusa na Austrália.

Qual é o maior ensinamento que trazes dessa viagem?

A cada sítio onde vamos acho que aprendemos coisas novas, coisas diferentes. A cultura de surf deles é diferente da nossa. Lá eu andava na praia e via miúdos de cinco anos que nem me chegavam ao joelho (risos), com uma prancha debaixo do braço, a irem surfar sozinhos. Via muitos avós que faziam surf, gerações de avô, pai e filho, tudo a fazer surf, que aqui é difícil, não se encontra muito, apesar de se começar agora a encontrar. Lá vê-se que o surf já é uma coisa mais antiga, muita gente pratica, não é uma novidade e vais fazer surf e é uma coisa normal para eles. O surf naquele país é um desporto gigante. Há milhares de bons surfistas, muito mais do que aqui em Portugal, também é normal, o tamanho de Portugal e o tamanho da Austrália é diferente, mas foi incrível viver aquilo, ver a maneira como as pessoas respiram o surf. No campeonato, por exemplo, havia milhares de pessoas a ver e toda a gente percebia de surf, toda a gente percebia do que é que se estava ali a falar. Há muitos sítios onde há gente que vai ver o campeonato, mas que não percebe realmente de surf, gosta de ver, mas só se interessa, não percebe mesmo. Lá não, as pessoas percebem, vê-se pelos comentários, e isso é diferente. Acredito que um dia Portugal chegue a esse ponto. O surf começa a ser cada vez mais um desporto tão grande quase como o futebol, ainda não chega porque o dinheiro ainda não fala da mesma maneira, mas acredito que um dia o surf seja tão grande como é na Austrália agora.

 

O que levavas da Ericeira para te sentires mais feliz na Austrália?

Levava a Pedra Branca, os Coxos (risos). Lá há ondas incríveis, mas aqui também temos ondas incríveis, temos tantos picos tão bons ou ainda melhores do que aqueles de lá. Acho que preferia fazer ao contrário. Preferia trazer coisas de lá para cá, como a água quente, as temperaturas. Preferia trazer coisas de lá para cá do que ir daqui para lá, porque acho que não trocava a Ericeira por sítio nenhum do mundo. Viver aqui é um privilégio, mesmo sendo água fria, cá não tem tubarões, como há lá, não tem a quantidade de animais que nos podem atacar (risos).

Por estas é que 'Neko' não abdica dos Coxos - ph. Pedro Mestre

Por estas é que ‘Neko’ não abdica dos Coxos – ph. Pedro Mestre

O que há na Ericeira que não encontraste na Austrália?

A comida (risos). Senti falta da óptima comida. Lá também não comi muito fora, os preços eram caros, mas ia à rua e os restaurantes também não me chamavam muito como me chamam aqui. Vamos à Ericeira e vemos as marisqueiras, vemos aquele peixe fresquinho óptimo. Lá não, lá quase não se via, tanto que foi a primeira coisa que eu fiz quando cheguei. Fui logo ali ao Pescador, em Ribamar, comer comida de cá, que já tinha saudades. Aqui há boa comida! As pessoas lá são simpáticas, mas aqui as pessoas são mais acolhedoras, mas pronto, como eu sou daqui se calhar sinto mais isso e a Ericeira é a Ericeira. A Austrália é bom, é bom passar lá uma temporada, se calhar até maior do que aquela que eu passei, mas não trocava a Ericeira pela Austrália.

 

Depois da Austrália já tens próximo destino em mente?

Depois do Allianz Ericeira Pro tenho a etapa da Liga na Costa da Caparica e logo a seguir também parto para Zarautz, em Espanha, também tenho lá um campeonato. Brevemente vão ser só viagens para campeonatos, não tenho main sponsor que me patrocine para fazer outro tipo de viagens. Claro que tenho sempre na cabeça viagens como Indonésia, Havai, no final do ano, mas isso depende muito de como correr o ano, se ganho prize moneys, se ganho algum patrocínio que me consiga ajudar. Para já, as viagens prioritárias são as de campeonato, em que o meu objetivo é competir. Por isso tenho de fazer algumas escolhas; se calhar, não vou apanhar ondas tão boas em Espanha como ia apanhar na Indonésia, mas na Indonésia não ia competir e em Espanha vou. Tive de fazer certas opções para que no futuro possa fazer outras viagens também, vamos lá ver o que vai acontecer este ano.

 

Entraste para a Pólen International: quais são os teus restantes patrocínios e apoios? Sentes que são suficientes para as tuas ambições actuais?

Entrei agora para a Pólen, foi uma entrada interessante, não estava à espera. Estava com a Boardculture, à qual agradeço imenso, porque me abriram as portas numa altura em que estava difícil para mim e ajudaram-me bastante. Fiz um bom trabalho com o shaper ‘Gramanha’ e agora estou na Pólen, a trabalhar com o Almir. A Pólen é uma das maiores marcas em Portugal e fui para a Pólen por ter pranchas incríveis, que já conhecia, e também por me abrir outras portas. A Pólen trabalha com shapers como o Pyzel, o Warner, na Austrália, o Ricardo Martins e isso abre-me um bocadinho também os horizontes. Agora estive na Austrália e fiz pranchas com o Warner, se eu for ao Havai posso fazer pranchas com o Pyzel e cá tenho o shaper residente que é o Almir, que percebe imenso de surf, já fiz duas pranchas com ele e estou a adorar e acho que vai ser um bom trabalho. Agora pela primeira vez vou competir com as pranchas Pólen. Em relação aos outros patrocinadores, têm sido incríveis comigo, são apoios fundamentais, não me dão o suficiente para andar por aí a viajar pelo mundo, mas dão-me aquilo que podem. Há muitas marcas que dão montes de dinheiro a certos atletas e estes não me dão milhares de dinheiro, mas dão-me aquilo que podem. Tenho a Pizzamobile, que me ajuda imenso, tenho o Pescador também, que são dois restaurantes que me ajudam da maneira que podem. Tenho a Pocean, a Futures, a Jam, a Boardculture Store – apesar de sair das pranchas continuo a ser patrocinado pela loja. Para mim também é óptimo ter o material técnico, roupa, tudo isso e todos eles são impecáveis comigo. A Fonte Viva também, todos eles me ajudam da maneira que podem e só tenho a agradecer. Claro que estou à procura de mais patrocínios, preciso de um patrocínio principal, que me ajude a fazer viagens que eu ainda não consigo fazer, mas com o tempo estou a trabalhar para isso. Com o tempo os resultados aparecem e os patrocínios também hão de aparecer.

Desde sempre sonhei representar o meu país a competir, a surfar

Recentemente foste a Mundaka através do Red Bull Rivals. Como foi a experiência de representares a equipa portuguesa?

Foi incrível! Desde sempre sonhei representar o meu país a competir, a surfar. Nunca tinha representado a seleção pela Federação Portuguesa de Surf, fui a estágios, mas depois nunca fui selecionado. Foi incrível ir a Mundaka representar o país com surfistas como o Tiago Pires, o Vasco Ribeiro e os outros. Viajar com eles, estar com eles 24 horas por dia foi incrível. Representar o país, embora o resultado não tenha sido positivo para nós, foi uma experiência incrível. Tenho pena de não ter estado aqui também, no campeonato da Ericeira, que ainda por cima era em casa, mas estava na Austrália. No geral adorei, foi uma experiência única. Estar com o meu surfista favorito de sempre, que é o Tiago Pires, viajar com ele e conviver com ele foi incrível.

Red Bull rivals - ph. Red Bull Content Pool

Com os restantes colegas portugueses e rivals espanhóis – ph. Red Bull Content Pool

No ano passado conquistaste o circuito do Ericeira Surf Clube. Vais tentar o bicampeonato este ano?

Claro que sim! O campeonato do clube é sempre super divertido pelo ambiente, que é competir com amigos, basicamente. O presidente Miguel Barata ajuda-nos imenso e é super flexível connosco, porque às vezes estamos fora e ele consegue sempre agendar uma data em que todos estejamos juntos, para todos competirmos. Se eu estiver cá, vou fazer as etapas todas e claro que o objectivo é ser campeão outra vez. No ano passado foi a primeira vez em que fui campeão Open. Já tinha sido vice-campeão umas cincos vezes, já estava farto de ser vice-campeão Open e foi bom ganhar. Foi um ano difícil porque os dois primeiros campeonatos não me correram muito bem. No último campeonato fui por diversão, já nem pensava no título, porque estava em quinto ou em sexto no ranking e tudo aquilo que tinha de acontecer aconteceu. Eu tinha de ganhar, o Pedro Rua não podia ficar em segundo, ficou em quarto, o Arran tinha de perder nos quartos, que era uma coisa quase impossível, visto que, ao nível dele, ficar nos quartos era uma eliminação muito precoce, e perdeu. Jogou tudo a meu favor e o mar estava bom, foi um campeonato divertido, talvez por aí, por não ter qualquer pressão. Na minha cabeça já não podia ser campeão, não fiz contas, por isso nem me preocupei com isso e correu bem. No final das contas vieram-me dizer “olha ganhaste o circuito”. E eu pensei “não ganhei, era impossível, estava em quinto”, mas afinal ganhei. Foi divertido, não meti pressão a mim mesmo, se calhar foi por aí.

 

Esta é a primeira etapa do circuito nacional. O que pensas fazer durante este ano em termos de competições?

Este ano vou fazer a Liga Meo Surf toda, ou pelo menos tentar. A minha prioridade são os Qualifying Series (QS), que é aquilo em que me estou a focar mais para mostrar o meu surf lá fora. Se não coincidir com nenhum QS vou fazer a Liga Meo e os QS todos, tanto como os campeonatos regionais do Ericeira Surf Clube. Os QS’s que vou fazer vão ser todos aqui pela Europa, por aquilo que já referi, ainda não há suficiente dinheiro para ir para fora. Tenho aqui um ou dois campeonatos em mente fora da Europa, mas que ainda estou a ver se consigo arranjar fundos para ir. Prefiro ainda não me mentalizar que vou, senão depois fico triste se não for. Está aqui, está na cabeça, vou ver. Se der deu, se não der pronto, fica para o ano e basicamente é isso: os QS, a Liga, os campeonatos regionais e treinar muito, evoluir, passa por aí.

é bom ser conhecido como surfista carismático

És considerado pelos outros surfistas da Liga como uma das personagens mais carismáticas entre os atletas portugueses. És um surfista “à antiga”, que se destaca numa época de cada vez maior formatação?

Não sei, passa um bocadinho pela minha educação. O meu pai também é bastante conhecido aqui na zona, por ser treinador e por ser um local firme, toda a gente o conhece e passa um bocadinho por aí. Eu gosto das pessoas daqui da Ericeira, sinto que as pessoas também gostam de mim e basicamente dou aquilo que me dão a mim também. As pessoas sempre foram brilhantes para mim, tratam-me bem, não tenho razão nenhuma para ser arrogante ou algo assim desse género e também passa por aquilo que damos às pessoas e as pessoas nos devolvem. Se nós formos más pessoas para alguém, as pessoas devolvem isso. Se nós formos sempre boa onda, a boa onda vem para nós também. Dentro de água, às vezes as pessoas estão mal dispostas, é normal, está muita gente, está a correr mal a surfada, mas em geral é fixe. Dentro de água é bom termos bom ambiente entre nós, entre as pessoas daqui, ajudarmo-nos umas às outras. Para as pessoas de fora também, mas mais com as de dentro, porque vais lá fora e és bem recebido. Se te souberes comportar no teu sítio, quando vais a outro sítio as pessoas também se sabem comportar contigo e é bom saber que as pessoas gostam de mim, como é óbvio. Há pessoas que não devem gostar, também faz parte, eu também se calhar não gosto de alguém e também gosto de outras pessoas, passa por aí, mas é bom ser conhecido como surfista carismático e assim, é sempre importante.

 

O treino é fundamental para o sucesso. Por vezes é difícil de gerir a relação com um pai/treinador?

É, mas já foi mais. Quando eu era mais novo não conseguia conciliar muito bem as coisas, ouvir aquilo que o meu pai me dizia, agora já tenho na cabeça que não é o meu pai que me está a dizer aquilo, é o meu treinador. Tenho fases em que é o meu pai, outras em que é o meu treinador. Às vezes ainda é difícil, porque temos um choque ou outro, acho que é uma coisa normal, mas eu estou a crescer, tanto como surfista como pessoa, e começa a ser mais fácil para mim aceitar críticas, se calhar antes não aceitava tão bem por ser o meu pai. Às vezes o meu pai dizia-me uma coisa e, se calhar, levava a mal, mas vinha outra pessoa e dizia a mesma coisa e já ouvia mais. Agora não, já cresci, já consigo ouvir; mas de vez em quando há um conflito, acho que é normal, porque na relação pai/treinador há sempre mais confiança.

 

Tens algum ritual de concentração antes de entrar no mar?

Gosto de olhar bem para as condições, ver bem onde é que estão as ondas. Gosto de ouvir música, às vezes também. Acho que é a única coisa, ouvir música e concentrar-me bem naquilo que tenho de fazer, ver um ou dois heats antes, ver o que é que os outros surfistas estão a fazer e guiar-me mais ou menos por aí. Depois oiço as instruções do meu treinador e pai (risos), que ele tem sempre indicações importantes para dar (sejam técnicas ou do mar, onde é que estão as melhores ondas), porque às vezes temos uma coisa na cabeça e fixamos tanto isso que deixamos de ver as outras. Por exemplo, num beach break estou mais com a direita na cabeça, mas a esquerda está melhor e às vezes como estou tão focado na direita acabo por nem olhar para a esquerda e é bom termos o nosso treinador connosco. Ele não está limitado a esse tipo de coisas, vê as condições exatamente como elas são e é sempre bom ouvirmos aquele briefing antes do heat.

Com um amigo aussie - ph. José Maria Pyrrait

Com um amigo aussie – ph. José Maria Pyrrait

Quais as três ou quatro bandas que não deixas de fora da tua playlist?

Isso é complicado, por acaso, porque até há muitas bandas que eu gosto, mas depois há uma ou duas músicas que eu não gosto, mas isso depende um bocadinho do meu estado de espírito. Há certas músicas de pessoas que eu ouço sempre, praticamente. Gosto de ouvir Eminem, dá-me pica, dá-me motivação. Gosto de ouvir o rap de um dos meus melhores amigos, que ele canta também, que é o FDan. Ele é de Massamá, gosto das músicas dele porque também me dão pica, além de falarem um bocadinho da vida também. Antes de ir para o heat dá-me vontade de ouvir aquilo para ir com motivação para dentro de água e, às vezes, também gosto de ouvir algumas músicas dos Coldplay, mesmo sendo mais calmas, gosto de estar ali mais tranquilo, porque às vezes pica a mais também não. Às vezes vais com pica a mais e aquilo não começa a sair e começas a stressar. Gosto de ouvir umas músicas antigas também, uns Red Hot Chili Peppers, algumas músicas dos U2, passa por aí.

 

Onde te vês daqui a dez anos?

Daqui a 10 anos… daqui a 10 anos, 30 anos. Não gosto muito de me ver com 30 anos, por acaso. Não sei, vejo-me aqui, na mesma, a viver na Ericeira, espero que a viajar mais, com patrocínios, fazer os primes, o objectivo é chegar ao Championship Tour, como é óbvio. Quem me dera que daqui a 10 anos esteja lá, talvez já com filhos e tudo, não sei (risos). É uma pergunta difícil, não sei, o tempo passa rápido. Se me perguntassem há 10 anos atrás pensava que iria ser muito mais maduro do que sou, se calhar. Quando tinha 10 anos e via uma pessoa de 20 pensava “20? Fogo, 20 já é um homem feito”. Agora estou quase com 20 anos e se vierem uns rapazinhos de 13 anos perguntar se eu quero jogar às escondidas eu jogo, por isso, não sei, se calhar aos 30 estou como estou agora, não sei (risos).

 

Acreditas que o teu Benfica vai conquistar um inédito tetra este ano?

Claro que sim, não tenho dúvidas. Acho que vamos ser campeões. Estava na Austrália e estava sempre a acompanhar. Quando o Benfica empatou fiquei pior que estragado, mas depois o Porto facilitou-nos as coisas, o Setúbal deu cabo deles e agora é continuar. Temos é que ganhar todos os jogos. Para sermos campeões temos que ganhar, não dá para escorregar. É como no surf, não dá para dar mole, tem de se estar sempre em cima deles e o Benfica é igual, tem de se estar em cima deles, sempre ali sem desculpas. Sem desculpas da arbitragem, sem desculpas desse tipo de coisas. Temos que jogar à Benfica, se jogarmos à Benfica ganhamos.