Fotografia: DR
O Museu da Música vai dividir-se em dois pólos. Esta decisão do Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, resultará na repartição do respectivo espólio entre o Palácio Nacional de Mafra, onde ficará o período barroco, e o Palácio Foz, em Lisboa, que acolherá a herança musical romântica, conforme avançou o Público no início de Novembro.
Esta deliberação contraria a iniciativa anunciada em 2014 durante a governação de Pedro Passos Coelho e que faria a total transferência do Museu da Música, actualmente em instalações alugadas pelo Estado ao Metro de Lisboa, para Mafra.
A medida terá sido tomada principalmente atendendo a factores financeiros, sendo que a transferência total do Museu para Mafra seria onerosa e impossível de se realizar até ao final de 2018, data em que termina o contrato com o Metro de Lisboa, na estação do Alto dos Moinhos, segundo informações recolhidas pelo jornal Público junto de um responsável governamental ligado a este processo de transferência e instalação.
Esta divisão em dois pólos vai também de encontro à opção governativa de apostar na desconcentração dos serviços e do património cultural e histórico, nomeadamente museológico, procurando assim interagir com o tecido cultural regional e local.
instalação ficará ligada aos seis órgãos da Basílica e aos carrilhões
Em relação ao Palácio de Mafra, o Museu da Música ocupará dois pisos. O primeiro piso do monumento irá acolher a colecção das fanfarras reais, actualmente no Museu dos Coches, com objectos relativos às filarmónicas militares e civis, o que incluirá fardamentos, instrumentos e partituras.
No segundo piso poder-se-ão encontrar instrumentos da época barroca, actualmente expostos no Alto dos Moinhos, e serão também exibidos paramentos religiosos da Basílica e os livros de música da Biblioteca do Palácio. Esta instalação ficará, assim, ligada aos seis órgãos da Basílica e aos carrilhões, cujo restauro anunciado há anos está agora previsto no Orçamento do Estado para 2018.
No lisboeta Palácio Foz o pólo do Museu da Música ficará instalado em divisões agora devolutas, onde ficará disponível ao público a colecção sobre música palaciana do século XIX, bem como o espólio das escolas de música criadas na capital portuguesa.
Até agora, ainda não foi avançada uma data para a separação nestes dois pólos, que deverá ser anunciada em breve.
Pode ler o artigo original no site do Público.