Fotografia: DR
Esta tarde o músico e produtor Miguel Simões vai actuar para o público da AZUL a partir da sua casa. A partir das 16:30, o nosso Facebook transmitirá em directo um concerto do multi-instrumentista que já passou (ou continua a integrar) por diversas bandas locais, como Projecto Bug, Melodraw ou Fast Forward My Backyard – FFMBY.
Este live streaming é uma forma de a AZUL e Miguel Simões ajudarem os seus amigos e público a passarem a quarentena imposta pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) duma forma mais alegre e enriquecedora. Embora afastados, continuamos juntos!
Vamos tentar, durante as próximas semanas, enquanto o recolhimento caseiro e o isolamento social se mantiverem, renovar esta iniciativa com novos músicos ou artistas de outras áreas.
Aproveitem, agora, para ler uma pequena entrevista em que Miguel Simões nos aguça o apetite para a matinée musical agendado para hoje.
Vou tocar alguns temas cantados e recorrer à ajuda de samples e diversos instrumentos
Alguma vez tinhas pensado vir a fazer algo deste género?
Antes de mais quero agradecer o convite e o desafio feito pela Ericeira Mag para esta performance live. É engraçado porque é algo que ainda não tinha pensado fazer pois, apesar de tocar diversos instrumentos, não gosto de me ouvir a cantar, e como estamos em quarentena não tenho possibilidade de convidar ninguém para me ajudar. No entanto, feito o desafio, decidi assumir e preparar um pequeno set e “obrigar-me” a cantar alguns temas. Vou tocar alguns temas cantados e vou recorrer à ajuda de samples e diversos instrumentos, como sintetizadores, caixas de ritmo, guitarras acústicas e eléctricas e bastantes efeitos para criar um ambiente.
um live streaming é outra responsabilidade, pois não temos público à frente
Tocar neste formato deve ser um desafio…
Nunca fiz um live streaming e as vezes que fiz concertos a solo foram em bares em que a malta já está tocada e que nesse ambiente é fácil fazer a festa. No entanto, um live streaming é outra responsabilidade, pois não temos público à frente. Estamos a tocar para outras pessoas que nos estão a ver através de casa e todos erros, por mais que pequenos, são muito mais facilmente detectados, e penso que esse é o maior desafio nisto tudo.
Podes levantar um pouco o véu sobre este concerto?
Vou tocar na maioria Covers, uma música de uma banda minha chamada Melodraw e uma música original (letra feita por mim com a colaboração de Freeman) que nunca publiquei e que só toquei uma vez ao vivo em concerto com a minha banda FFMBY. Vai ser um set curto de cerca de 30 minutos. Vou ainda contar com a participação da Beatriz Silva (vocalista de Fast Forward My Backard), mas à distância. Pedi para ela gravar com o telemóvel a voz num dos temas que vou tocar e vou lançar o sample da voz dela enquanto toco a música.
A parte positiva da quarentena é que consegui dar atenção a projectos que tinham ficado parados na minha gaveta virtual
Como tem corrido a tua quarentena?
Tenho tentando manter o meu corpo activo mas é difícil não cair na rotina da preguiça e moleza. Ao inicio ainda corri umas vezes na passadeira mas agora o único desporto que tenho feito é brincar com a Ninja (a minha cadela), o que já não é mau, ela tem energia para 20 pessoas. A parte positiva da quarentena é que consegui dar atenção a projectos (músicas, letras, etc) que tinham ficado parados no tempo, na minha gaveta virtual. Agora tenho tido o tempo necessário para lhes dar a devida continuação. A parte pior é não poder estar com amigos, não poder ir ver o Mar, apanhar Sol… e já tenho saudades de tocar em banda. A primeira coisa que provavelmente vou fazer depois disto é uma jantarada com amigos.