Fotografia: Smart Tours Mafra
Será já durante o mês de Julho, no Azerbeijão, que a UNESCO irá analisar a candidatura do Palácio Nacional de Mafra a Património Mundial.
Além do monumento mafrense, outro tesouro português se encontra entre os 36 locais candidatos, que o comité da organização irá analisar no próximo mês: o Santuário do Bom Jesus, em Braga.
Estes dois monumentos portugueses fazem parte “das 36 indicações para inscrição na Lista do Património Mundial”, reveladas recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que irão ser avaliadas a partir de 5 de Julho, no âmbito da 43ª Sessão do comité do património, a decorrer em Baku, de 30 de Junho a 10 de Julho.
O Palácio de Mafra foi classificado como Monumento Nacional em 1910
No final de 2017, a Câmara Municipal de Mafra entregou o dossier de candidatura daquele conjunto (formado por um Paço Real, uma Basílica e um Convento) a património mundial à UNESCO. A candidatura, que destaca a unicidade do monumento, lembra a importância da biblioteca do palácio e dos seis órgãos históricos da igreja, bem como do seu conjunto sineiro composto por dois carrilhões e 119 sinos.
Mandado construir por D. João V, o Palácio Nacional de Mafra constitui um exemplar conjunto arquitectónico barroco que integra importantes colecções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, uma biblioteca única, bem como dois carrilhões, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII.
Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi um dos finalistas da iniciativa Sete Maravilhas de Portugal, em 2007.
Entretanto, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) propôs ao Governo classificar como monumento nacional todo o conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra.
O Santuário do Bom Jesus do Monte (também conhecido como Santuário do Bom Jesus de Braga) é um conjunto arquitectónico paisagístico integrado por uma igreja, um escadório, onde se desenvolve a Via Sacra do Bom Jesus, uma área de mata e um funicular.
Os dois conjuntos portugueses estão nomeados no âmbito dos sítios de património cultural, juntamente com outros 26 locais, entre os quais a região da Babilónia, no Iraque, a cidade submersa de Port Royal, na Jamaica, e a antiga metalúrgica do Burkina Faso.
Os Montes de Dilúvio (Bahrein), a cidade de Jaipur, Rajastão (Índia) e as ruínas arqueológicas da cidade de Liangzhu (China), são outros dos locais propostos para a inscrição na lista do património, juntamente com monumentos de países como a Austrália, Indonésia, Japão, República Popular Democrática do Laos, Myanmar, República da Coreia, Áustria, Alemanha, Hungria, Eslováquia, Canadá, República Checa, Polónia, Espanha, Reino Unido, Azerbaijão, Itália, Estados Unidos da América e Panamá.
No que toca ao património natural a UNESCO vai analisar seis sítios: os santuários de Aves Migratórias ao longo da Costa do Mar Amarelo (Golfo da China), as Florestas Hircanianas (República Islâmica do Irão), o Complexo Florestal de Kaeng Krachan (Tailândia), as Terras e Mares Austrais Franceses (França), os Alpes do Mediterrâneo (França, Itália e Mónaco) o Parque Nacional Vatnajökull (Islândia).
A Lista do Património Mundial da UNESCO integra 1092 sítios em 167 países
O Património Natural e Cultural da região de Ohrid (Albânia) e a Cultura e Biodiversidade de Paraty (Brasil), candidatos a inscrição como património misto, completam a lista dos 36 locais que o Comité do Património Mundial vai examinar, durante a sua 43ª sessão.
Na sessão, que decorrerá sob a presidência de Abulfas Garayev, ministro da Cultura do Azerbaijão, serão ainda avaliados os locais a inscrever na lista do património mundial considerado “em perigo” e os que se propõem retirar dessa mesma lista, como o Local de nascimento de Jesus: Igreja da Natividade e Rota da Peregrinação, Belém, na Palestina, e Salitre Humberstone e Santa Laura, no Chile.
A Lista do Património Mundial da UNESCO integra actualmente 1092 sítios em 167 países. Portugal conta com 15 locais classificados em território nacional, havendo ainda 11 que constituem património mundial de origem portuguesa no mundo.
A UNESCO adoptou, em 1972, a Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural, com o objectivo de “proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excepcional”, tendo sido criados, quatro anos mais tarde, o Comité do Património Mundial e o Fundo do Património Mundial. O Centro Histórico de Angra do Heroísmo, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, num conjunto de proximidade, o Mosteiro da Batalha e o Convento de Cristo, em Tomar, foram os primeiros classificados, em 1983.