Ocean Hope: Samuel Silva

 

Fotografia: DR

 

Desde o início do movimento Ocean Hope, que a AZUL tem acompanhado as iniciativas deste projecto ambiental de vanguarda com origem na Ericeira que já retirou mais de dez toneladas de lixo das nossas praias. Para darmos a conhecer os rostos que dão vida à esperança dos oceanos, em Março começámos a apresentar a respectiva equipa. Samuel Silva (que coordena as Limpezas de Praia) é o quinto elemento que protagoniza esta rubrica.

 

«A minha paixão pelo mar começou quando em criança a Samantha e eu íamos surfar para a praia de Ribeira d’Ilhas. O sentimento de paz e relaxamento que o mar transmitia era magnífico, como se mais nada importasse. Desde aí essa sensação conquistou-me até hoje, e a praia tornou-se numa terapia para mim. Por vezes, com os problemas e preocupações do dia-a-dia, uma simples caminhada à beira-mar ou mesmo um mergulho ajuda a refrescar as ideias e aproveitar o presente com este presente que a Natureza nos dá.

a praia tornou-se numa terapia para mim

Quando soube que a Sammy tinha criado o projeto Ocean Hope, para além de ficar super orgulhoso por ela ter a coragem e força de arriscar, fiquei com muita vontade de ajudar e ver como era a experiência. Ao ir a minha perspectiva mudou completamente. Apesar de já saber deste problema através das redes sociais, não há nada como vermos com os nossos próprios olhos, e a minha ideia da poluição nas costas portuguesas estava muito longe da realidade, foi chocante. O mar que me oferece tanta alegria e tranquilidade, por troca leva com a nossa tralha, sendo tratado literalmente como uma lixeira. Por outro lado, o facto de ver várias pessoas, de diferentes locais e idades, a reunirem-se para combater esta situação, chegar ao fim e ver a quantidade de lixo retirado, foi esperançoso e fez-me acreditar que ainda existe solução.

Desde aí que me tenho sentido com numa maré de sorte: sorte por ter sido convidado a juntar-me à equipa; sorte por essa mesma equipa ser espectacular, com quem posso falar e rir e que, por muito que eu falhe, está sempre lá para me ajudar a aprender com os erros; sorte por ver um projecto a crescer desde o início, graças a todas pessoas que se disponibilizaram para ajudar esta causa.

Porém, sorte não é suficiente e existe muito trabalho feito e BASTANTE por fazer.»

Texto publicado originalmente a 4 de Março de 2020 no Facebook da Ocean Hope.