Fotografia: Palmilha Dentada / Facebook
No dia 3 de Novembro, às 16 horas, a Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira, vai receber a peça de teatro de marionetas “O Guardião do Rio”, apresentada pela companhia Palmilha Dentada.
Na sinopse pode ler-se o seguinte texto: “um rio — conta-nos o empolgado protagonista — é uma entidade caprichosa e poderosa, capaz de irrigar campos, mas também de arrasar tudo no seu caminho. Uma barragem pode moldar-lhe o feitio e proteger a Aldeia de Baixo. Mas, dilema, se retiver demasiada água arrisca-se a inundar a Aldeia de Cima. Para o evitar, os anciões dos dois povoados, numa conversa diplomática com civilizadas evocações de cachaporra, criaram o cargo de Guardião do Rio, função que consiste em fixar atentamente, vinte e quatro horas por dia, o nível da água e abrir a torneira ao mínimo sinal de cheia. Não é uma profissão tecnicamente difícil, mas é muito absorvente, muito, muito solitária. O Guardião não pode ausentar-se”.
um divertido exercício de esquizofrenia possibilitado pela convivência das marionetas com o actor
“Não pode, por exemplo, deixar de espreitar a estaca graduada no meio da água enquanto observa as idas e vindas da Rosa para a barrela da roupa. Não pode, com mágoa sua, deslocar-se para a catrapiscar mais de perto. Nem pode fazer nada, a não ser consumir-se de raiva, quanto às investidas concorrenciais de tipos com profissões menos exigentes. Solitário, celibatário, amargurado, eis o Guardião do Rio. Um tipo esquecido no seu posto, atormentado por carências, a entreter-se a si próprio. Um tipo que tem de puxar pela imaginação para conseguir manter alguma conversa. Tem de puxar tanto pela imaginação que talvez não sejam conversas mas alucinações o assunto que traz à margem do rio o Dr. Frederico, especialista (por experiência própria) em perturbações da personalidade”.
“O Guardião do Rio não pode ser censurado por excessiva criatividade na sua narrativa. Quando inventaram o cargo, não lhe disseram quanto nesta história podia ser inventado e quanto tinha de ser real. Se alguma coisa o tinha de ser.”
Os bilhetes já estão à venda nos Postos de Turismo de Mafra e da Ericeira, no site Ticketline e no próprio local, uma hora antes do início do espectáculo. O custo dos bilhetes é de 3 euros para munícipes e menores de 23 anos e de 5 euros para o público em geral.
Para mais informações sobre esta peça recomendada para maiores de 16 anos pode contactar o número 261 818 347.