Está de regresso a Festa dos Bêbados

 

Fotografia: AZUL

 

Regressam à Ericeira as emblemáticas celebrações em honra de São Sebastião e São Vicente, popularmente conhecidas como a “Festa dos Bêbados”. A realizar nos dias 20 e 22 de Janeiro, estas festividades combinam o sagrado e o profano, preservando uma identidade forte e unindo gerações em pleno Inverno.

As comemorações arrancam Segunda-feira, às 9 horas, com a Missa Votiva de São Sebastião, na Igreja de São Pedro, reunindo a comunidade em oração.

a “Festa dos Bêbados” é um símbolo de resistência, comunidade e tradição

Na Quarta-feira as festividades começam a partir das 15 horas com a missa votiva da festa de S. Vicente na Capela de São Sebastião, seguida da tradicional bolacha e água-pé a partir das 16 horas no Largo, onde decorrerá o típico arraial: não faltarão música, bolos e uns copitos de vinho para aquecer os presentes.

Estas festividades são marcadas pela sua autenticidade, legado e resistência às mudanças do tempo. Mesmo em pleno Inverno, faça frio, chuva ou vento, o Largo de São Sebastião enche-se de vida. Entre a ermida e o palco musical, encontra-se a já obrigatória barrica de vinho, simbolizando a fusão entre o espírito e o convívio.

Sem esquecer os mordomos, figuras essenciais na organização da festa, recebendo como reconhecimento um santinho, uma bolacha e um copo de vinho, “néctar dos deuses” que ajuda a enfrentar a frescura de Janeiro.

A “Festa dos Bêbados” não é apenas uma simples festa; é um símbolo de resistência, de comunidade e de tradição. Seja para os mais jovens, seja para as gerações mais antigas, estas comemorações são um marco cultural da Ericeira, que une a população local em torno da fé e da alegria de viver.

Festa dos Bêbados 2014. - ph. Nuno Vicente

ph. Nuno Vicente

As festas em honra de S. Sebastião chegaram a ser as maiores da Ericeira e arredores. Eram realizadas na igreja paroquial de S. Pedro, sendo depois a imagem do mártir reconduzida em procissão, realizada sempre em passo de corrida, para a sua capela no dia de S. Vicente.

As raízes religiosas e as costelas pagãs convivem em salutar harmonia no largo de S. Sebastião, num ritual que faz parte do ADN ericeirense e se renova – entre a devoção e o bailarico, a hóstia e as bolachas, o sangue de Cristo e o vinho tinto – com muitos rostos conhecidos da “Velha Guarda” jagoza entre outros mais jovens.

Este ano, a celebração – que também marca o início do Carnaval Jagoz – promete voltar a aquecer o coração de todos os participantes, mantendo viva uma das tradições mais autênticas da vila.