Ericeira – Antes & Depois

 

Montagem: Nuno Baptista

 

A paisagem é um património comum, com o qual nos relacionamos de forma diferenciada conforme a altura em que nascemos e crescemos – quando convivemos com um local desde sempre, este torna-se um “dado adquirido” e qualquer mudança pode atingir-nos em cheio, no coração da memória.

A Ericeira não é imune a diferenças e, reflectindo o passar dos tempos, está a série “Before & After” criada por Nuno Baptista.

A ideia surgiu quando encontrei vários postais antigos na minha casa da Ericeira

De praias a ruas, passando por estabelecimentos e outros ícones da vila, reunimos aqui um total de dezasseis montagens que permitirão recordar, conhecer ou jogar às diferenças físicas e emocionais.

Às imagens juntamos o resultado duma curta conversa com Nuno Baptista:

Como te surgiu a ideia de avançar com esta série “Ericeira – Antes & Depois”?

A ideia surgiu quando encontrei vários postais antigos na minha casa da Ericeira, onde passo férias e fins-de-semana, e que já era dos meus avós maternos. Foi ao ver esses postais que achei interessante mostrar a evolução da vila (tanto para melhor como para pior, mas sem juízos de valor nas publicações) ao longo das últimas décadas.

 

Fala-nos da tua relação com a Ericeira.

Pode-se dizer que a minha relação com a Ericeira vem de berço. Não que tenha nascido lá, mas porque desde que nasci que lá passo parte das minhas férias e muitos fins-de-semana durante todo o ano. A minha avó materna era professora em Ribamar e o meu avô era empresário mas viviam na Ericeira, na casa onde hoje em dia eu e a minha família continuamos a passar férias e fins-de-semana.

 

Entre as montagens que fizeste destacas algumas? Porquê?

Sim, gostava de destacar quatro:

Uma do Largo de Santa Marta, que foi onde brinquei, andei de bicicleta e skate quando era miúdo e em que a envolvente está consideravelmente diferente.

A do início da Rua Alves Crespo, onde se vê a minha casa, que na altura em que o meu avô a construiu era o único ‘prédio’ da rua.

A do restaurante Furnas, pois lembro-me de os meus pais irem para uma esplanada mínima que lá havia, ler o jornal, apanhar sol e tirar fotografias às ondas a bater nas rochas enquanto eu e a minha irmã brincávamos nas furnas.

E finalmente a do café Xico (actual loja da Billabong), que era um marco e um ponto de encontro dos pais e avós, principalmente a seguir ao jantar, enquanto nós, miúdos, andávamos por ali a correr e a brincar.

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