Fotografia: DR
“Continuemos a tocar e a ouvir música, preenchendo assim os nossos dias. Temos saudades de pessoas e será assim que vos abraçaremos” – tem sido este o mote do duo Xodó (que significa “amor e carinho”) ao longo do último mês, em que têm tornado a quarentena de muita gente mais leve e alegre com a sua música. O próximo capítulo está marcado para Sábado à tardinha.
Miguel Nogueira (Guitarra e Voz principal) e Maria Campos (Percussão e Voz) irão, agora, tocar em directo para o público da AZUL através da nossa página de Facebook: o encontro com temas originais ou de vultos brasileiros, como Chico Buarque e Caetano Veloso, mas também portugueses e de outras paragens – de Jorge Palma a Leonard Cohen – acontecerá às 18 horas do dia 18 de Abril.
Após os live streamings do concerto de Miguel Simões e do espectáculo “Oriental Delight” com Safiyah – Bellydance Artist, as “sessões de quarentena” da Ericeira Mag continuam a levar arte aos nossos públicos e amigos no período de isolamento social imposto pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) que continuamos a atravessar.
Leiam, agora, a entrevista em que os Xodó abrem uma janela para o espectáculo em preparação para o fim-de-semana.
vamos mostrar umas surpresas no concerto da AZUL
Como têm corrido os concertos que têm transmitido nos últimos domingos através da vossa página de Facebook?
Tem sido incrível. Começámos por um concerto de aniversário (da Maria) e a coisa pegou, e temos vindo a fazer todos os domingos à noite, desde há um mês! Temos um grupo de pessoas que nos segue fielmente, pessoas que nos conheceram em concertos que demos e que agora estão sempre presentes. E os concertos online têm sido uma surpresa muito boa, pois temos vindo a receber, na nossa sala virtual, cada vez mais pessoas que não conhecemos e a receber comentários muito positivos.
Têm alguma surpresa preparada para o concerto de Sábado?
Temos alguns temas (covers) que já são quase “a nossa cara” e que quem nos segue pede! Temos juntado uns originais (do Miguel), que também iremos, certamente, mostrar. Andamos a experimentar com algum equipamento e software e vamos mostrar umas surpresas no concerto da AZUL.
Quais são os maiores desafios que têm encontrado nesta experiência?
O desafio tecnológico! Temos tido vontade de transmitir os Lives com a melhor qualidade possível, e estes preparativos têm dado algum trabalho, mas estamos sempre a tentar aperfeiçoar o que fazemos e como nos vêm e ouvem.
Temos tentado que quem nos vê ligue o vídeo à TV ou a uma aparelhagem, pois é uma pena que o áudio que estamos a transmitir seja apenas escutado através do telefone (até porque, sejamos sinceros, nós não teríamos paciência para ver um live através de um ecrã e som de telefone).
Por outro lado, há sempre uma estranheza de não vermos e ouvirmos quem está a assistir. A relação com o público ao vivo é bem diferente. Tem sido um processo de aprendizagem e habituação a este novo meio.
é preciso calma, reorganização e esperança
Vocês têm conseguido continuar a trabalhar?
Em termos de espectáculos ao vivo está tudo parado, como sabemos, mas temos aproveitado para reorganizar o nosso repertório e escolher novos temas para tocar.
Como tem corrido a vossa quarentena?
O rapaz (Miguel) ainda tem de se deslocar para o emprego, enquanto a moça (Maria) tenta arranjar um ritmo diário de actividades para fazer. Não tem sido tão difícil quanto aparenta ser, é preciso calma, reorganização e esperança.
Têm tido um cuidado especial na escolha do repertório para este período que atravessamos?
O mote do nosso repertório tem, em grande parte, a ver com o nome do projecto: Xodó é uma expressão carinhosa (do Nordeste Brasileiro) para chamar uma pessoa de quem se gosta. Significa amor e carinho. A nossa escolha de repertório tem sempre algo que ver com isso. Com a situação que o mundo está a viver, acabamos por escolher um tema ou outro que fale do “abraço” ou da “saudade”, mas também que sejam alegres e que contribuam para um momento leve para quem nos ouve.
