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A obra Memorial do Convento, de José Saramago, vai ser substituída do programa da disciplina de Português do 12º ano nos anos lectivos de 2017/2018 e 2018/2019 por O Ano da Morte de Ricardo Reis. A alteração do programa foi homologada ontem por decisão da comissão científica do Ministério da Educação, que estipula ainda que, em 2019/2020, Memorial do Convento volta a ser opção como obra a leccionar no último ano do ensino secundário.
A notícia foi avançada pelo jornal Público após indicação de Helena Buescu, coordenadora da comissão científica responsável pelo novo programa de Português. Àquele diário, Helena Buescu justificou a retirada de Memorial do Convento do programa da disciplina apenas por dois anos como medida positiva para quem defendeu que a obra se mantivesse no programa de Português, ao mesmo tempo que garantia que O Ano da Morte de Ricardo Reis se afirmava como obra alternativa.
Helena Buescu explicou ao Público que a comissão científica se mostrou surpreendida pela controvérsia gerada pela proposta e que envolveu professores, especialistas em literatura e a Câmara Municipal de Mafra. Esta última terá sido a mais acérrima crítica da alteração ao programa, justificando que a construção do convento que serve de núcleo ao romance “exerceu um papel fundamental na valorização turístico-cultural do concelho”.
Segundo a coordenadora da comissão científica, a substituição de Memorial do Convento por O Ano da Morte de Ricardo Reis deveu-se estritamente a razões científicas, e não políticas ou económicas”. “O Ano da Morte de Ricardo Reis, em particular, é considerada pela crítica a melhor obra de Saramago e tem uma densidade social e política muito relevante, que permite uma abordagem de questões do século XX que não são menos importantes do que aquelas que o Memorial do Convento levanta em relação ao século XVIII”, explicou Helena Bucescu por altura da apresentação da proposta de alteração do programa de Português.
