Texto: Hugo Rocha Pereira | Fotografia: DR
Miguel Simões é, literalmente, um homem dos sete instrumentos. Essa polivalência – e talento – têm sido um importante trunfo nas diversas bandas por que já passou e fazem dele um músico a acompanhar com atenção. Amanhã podem vê-lo no Lebre, onde abre as sessões musicais de Novembro em formato one man band, contando com a companhia de convidados em algumas músicas. Vão-se ouvir temas originais e, sobretudo, versões de bandas que o marcaram. Não faltará, também, uma sentida homenagem ao amigo Alexandre Reis, que partiu em circunstâncias trágicas no final da semana passada.
Que instrumentos vais tocar e quem te vai acompanhar?
Vou cantar e tocar vários instrumentos: guitarra eléctrica e acústica, bateria/percussão, sintetizadores e algumas programações com loops. Para me acompanhar conto com todos os amigos próximos que têm tocado comigo ao longo dos anos e, em especial, com o Filipe Batalha, vocalista e guitarrista de Melodraw, e o Rodrigo Pereira.
Que temas vais apresentar?
Será um repertório à base de versões de bandas que me marcaram musicalmente, mas também irei tocar uma ou outra música original de Melodraw, banda que tenho com o Filipe Batalha, Marco Armés e Iman, para apresentar um pouco o que vai ser o EP que está para sair em breve. As versões serão todas interpretadas com base nos recursos que tenho. Sendo só uma pessoa a tocar diversos instrumentos ao mesmo tempo, tento adaptar algumas malhas, alguns ritmos e algumas melodias de voz, para que seja possível a execução. As minhas limitações são principalmente a nível vocal e por isso escolhi temas que, apesar dessas limitações, consiga cantar minimamente bem e sem ferir os ouvidos à audiência! No fim isto resulta numa sonoridade completamente diferente da música original.
É impossível escapar aos trágicos acontecimentos de sexta-feira passada, uma vez que tocaste no bar Copo & Meio em Mafra na noite em que o Alexandre Reis foi assassinado. Vais aproveitar o concerto do Lebre para prestar algum tipo de homenagem ao Alex?
Sim, irei aproveitar para prestar uma homenagem ao Alex, juntamente com alguns dos seus amigos! Essa homenagem passará por tocar a música que ele preferia dos Metallica (“Fade to Black”) e que várias vezes o vi cantar no seu bar.
Sentes-te em condições emocionais para este concerto?
Os acontecimentos são ainda muito recentes. Cheguei mesmo a pensar não tocar na Sexta. Mas depois de pensar melhor e de algumas conversas com amigos comuns, chegámos à conclusão que isto era uma oportunidade de nos juntarmos todos e fazermos uma homenagem da maneira que ele iria gostar que fizéssemos.