Texto e fotografia: Eefje Ludwig
Esta rubrica (inspirada no projecto Thalassophiles, originalmente criado e publicado por Eefje Ludwig no seu site) apresenta pessoas – todas residentes da Ericeira – que se identificam com o termo talassófilo e que experimentam a ‘mente azul”. Um talassófilo é alguém que ama o oceano. Quer dependamos dele para a felicidade, relaxamento, sustento ou para nos sentirmos em casa, algumas pessoas simplesmente precisam de estar próximas do mar.
Toda a vida no planeta Terra começou no oceano
Não é de admirar que o oceano tenha algo que nos atrai e fascina. É a substância mais omnipresente na Terra e, juntamente com o ar, o principal ingrediente para sustentar a vida como a conhecemos. Toda a vida no planeta Terra começou no oceano, e o oceano continua a fazer parte de toda a vida. As proporções dos elementos potássio, sódio e cálcio no nosso sangue (também salgado) são semelhantes às da água do mar. Os oceanos correm pelas nossas veias. Wallace J. Nichols, um biólogo marinho, introduziu o termo “mente azul”, pelo qual se refere à imensurável sensação de paz que os humanos sentem ao redor da água. Ele acredita que todos temos uma mente azul, um estado levemente meditativo, caracterizado por calma, tranquilidade, unidade e um sentimento geral de felicidade e satisfação com a vida no momento. Esta série de retratos Thalassophiles faz parte de algo maior, o projecto ‘Blue Mind’, uma investigação visual em andamento sobre a influência do oceano no bem-estar dos seres humanos.
Katierina Buben
‘Eu sou água. Admiro a natureza por nos mostrar como poderíamos ser diferentes e bonitos. Viver perto do mar e senti-lo todos os dias é muito poderoso. Mesmo passando apenas cerca de meia hora por dia perto do mar, eu vou mudando lentamente, sinto-me mais autêntica comigo mesmo e com as pessoas em meu redor. Agora já não consigo imaginar a minha vida sem o oceano. Esta é uma forma de meditação para mim. ‘
Se existir uma palavra que descreva o seu relacionamento com o oceano, qual será ela?
Intuição.
Eu recebo do oceano tudo o que peço
O que é que o oceano te dá?
Eu recebo do oceano tudo o que peço. Às vezes, o oceano ajuda-me a abdicar das coisas que já não me servem. Às vezes, procuro a calma, muitas vezes pode ser criatividade e inspiração. Eu compararia o oceano à mulher. Pode ser imprevisível, poderoso, calmo e emocional ao mesmo tempo.
O que é que dás ao oceano?
Eu dou emoções ao oceano. Eu também toco percussão xamânica à beira do oceano, construindo uma ligação mais forte. Além do mais, danço e canto sempre que me apetece.
(Todos os que são retratados nesta série fotográfica descrevem o relacionamento que têm com o oceano, o que obtêm dele e o que dão ao oceano. Chegados à última pergunta, várias pessoas entrevistadas por Eefje perceberam que pouco dão em retorno. Este projecto visa, também, abrir um debate sobre o que nós, seres humanos, fazemos pelo oceano e como tratamos a natureza.)
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