Esplendorosa Espiga

 

Fotografia: Thomaz Sardinha

 

26 de Maio é Quinta-feira da Ascensão, data em que se comemora o Dia da Espiga, feriado municipal em Mafra e a efeméride predilecta dos jagozes.

A tradição manda que esta jornada se inicie pela manhã, com um passeio para colher espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira (espigas de trigo ou cevada, para que não falte o pão em casa; tranquinhos de oliveira, que simboliza a paz; e raminhos de papoilas, malmequeres e alecrim que simbolizam a alegria, o amor e a vida) para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo o ritual antigo, este ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, devendo apenas ser substituído por um novo no Dia da Espiga do ano seguinte.

O Dia da Espiga era também conhecido como o “dia da hora” e considerado “o dia mais santo do ano”, um dia em que não se devia trabalhar – era chamado o dia da hora porque havia uma hora, precisamente o meio-dia, em que tudo parava: “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam”. Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

O ritual começa já amanhã: de Quarta para Quinta-feira boa parte dos jagozes e muitos forasteiros vão rumar à Foz do Lizandro, ao Parque de Campismo e a outros locais mais ou menos recatados para acampar, acender fogueiras, fazer grelhados e conviver.

Na AZUL antecipamos e celebramos esta efeméride com um editorial fotográfico de Thomaz Sardinha que dá destaque ao esplendor campestre da ocasião.

 

Agradecimentos especiais

Flores: Micas Florista – Mercado Municipal da Ericeira

Tecidos e botões: José Rola Paulo

Produção e Fotografia: Thomaz Sardinha