Texto: Hugo Rocha Pereira
Cátia Guimarães (32 anos)
O que fazes?
Presentemente, trabalho numa galeria que vende obra gráfica e dou consultas – tenho formação como Arte-Terapeuta/Psicoterapeuta, pela Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia.
Em que consiste o teu trabalho artístico e onde o podemos encontrar?
Estudei Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, e durante o curso comecei a trabalhar com tridimensão. Trabalho a partir de objectos que encontro nos mais variados sítios (feiras, sucatas – um dos meus sítios preferidos –, casas de velharias, sótãos de familiares) até objectos perdidos no meio do campo ou na rua. São, na maioria dos casos, objectos ligados à memória, à infância, aos laços amorosos, às perdas e reencontros Reinterpreto-os, transformo-os e atribuo-lhes outras significações. Espero que quem os encontre ainda lhes conceda outros afectos e faça outras ligações.
Desde quando conheces a Ericeira e que relação manténs com a vila?
Conheço a Ericeira desde criança. Sempre que vinha de férias ao Continente com os meus pais, irmãos e avós, vínhamos passear à Ericeira. Curiosamente, há alguns anos atrás expus na Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva, a convite de um colega das Belas Artes. Posteriormente tive uma relação com uma pessoa da vila e construí laços que ficaram com algumas pessoas da Ericeira.
Do que gostas mais na Ericeira?
Gosto da forma como a Ericeira me lembra o sentido de “casa”, a minha origem, Angra do Heroísmo. Talvez pela presença constante do mar.
Encontras alguns pontos em comum entre a tua terra-natal e a Ericeira?
Sim, o casario baixo, branco, decorado com barras coloridas – aqui azuis, lá de variadas cores. As ruas estreitas e de calçada, que nos levam sempre até ao mar, “o gigante azul” sempre presente. Nas pessoas encontro uma certa alegria e festividade, comum entre as gentes de cá e lá.
Tens algumas peças de roupa e acessórios ou adereços favoritos?
Tenho fases… já tive a fase dos brincos, outra dos anéis; agora estou numa de acessórios para o cabelo. Em termos de peças de roupa ando com tendência para vestidos e t-shirts de algodão manga cava, talvez por causa do calor que se tem sentido. Mas como hoje está mais fresco, optei por vestir um macacão e trazer este casaco.
Fotografia de Bruno Simão
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