Fotografia: AZUL
Estão prestes a iniciar-se as típicas celebrações em honra de São Sebastião e São Vicente, conhecidas popularmente como a “Festa dos Bêbados“.
De 20 a 22 de Janeiro, os jagozes, ericeirenses, expats e visitantes terão a oportunidade de participar numa das celebrações mais genuínas da vila, que decorrem ao ar livre, desafiando os caprichos do “General Inverno”, seja sob a forma de frio chuva – embora as previsões meteorológicas para este ano até sejam bastante favoráveis.
a fé, a tradição e o ambiente festivo juntam-se para se tranfsormar numa celebração singular
Estas festividades, que misturam o sagrado e o profano, são uma tradição que transcende as barreiras temporais, unindo as gerações mais antigas à juventude numa atmosfera de convívio que preserva uma identidade cultural única. Entre a Ermida de São Sebastião e o palco musical, destaca-se o imponente barril de vinho.
A Paróquia da Ericeira apresenta um programa que reflecte tudo isto: o dia 20 de Janeiro, dedicado a São Sebastião, terá missas festivas às 12 e às 19 horas na Igreja Paroquial, contando com a presença da Imagem do santo venerado. Às 20:30 os homens solteiros e casados terão a sua própria celebração com o “Jantar de São Sebastião”.
O segundo dia, 21 de Janeiro, mantém o tom religioso com missas às 9, 12 e 19 horas, novamente na Igreja Paroquial e com a presença da Imagem de São Sebastião.
As festas terminam no dia 22 com as celebrações em honra de São Vicente. Às 14 horas, a Capela de São Sebastião – que em 2018 foi classificada como monumento de interesse público – acolhe a Missa Votiva dedicada a São Vicente, Padroeiro da Diocese de Lisboa. Seguir-se-á, então, uma festa sempre bastante animada no Largo de São Sebastião, a partir das 15 horas, em que à animação musical se juntarão o tradicional copo de vinho e bolacha… um ou mais, que a festa não tem horas exactas para terminar.
A Festa dos Bêbados transcende a mera celebração religiosa. Esta festa de culto é um testemunho vivo da cultura jagoz, na qual a fé, a tradição e o ambiente festivo se juntam para formar esta celebração.
As celebrações em homenagem a São Sebastião costumavam ser as maiores da Ericeira e arredores. Inicialmente realizadas na igreja paroquial de São Pedro, a imagem do mártir era posteriormente conduzida numa procissão, sempre em ritmo acelerado, em direcção à sua capela no dia dedicado a São Vicente.
No Largo de São Sebastião, as raízes religiosas entrelaçam-se com elementos de natureza pagã e criam um ritual que se tornou intrínseco à identidade jagoza. Este evento, que se renova anualmente, transita entre a devoção e o divertimento, entre a hóstia sagrada e as mundanas bolachas, entre o simbolismo do sangue de Cristo e o ritual dionisíaco do vinho tinto.
No coração desta celebração, encontramos uma variedade de rostos familiares da “Velha Guarda” jagoza, assim como muitos jovens, numa união intergeracional que caracteriza a “Festa dos Bêbados”.
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